As testemunhas do caso que envolve o deputado Luiz
Argôlo (SDD) devem ser ouvidas pelo Conselho de Ética da Câmara Federal no
próximo dia 9. Argôlo foi interceptado em mensagens de texto e em ligações
telefônicas pela Polícia Federal e é suspeito de receber dinheiro e favores do
doleiro Alberto Youssef, preso em março na Operação Lava Jato por participação
em esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
Youssef, segundo denúncia do jornal Folha de São paulo, teria bancado de um a
dois caminhões lotados de bezerros para Luiz Argôlo, com valor total de R$ 110
mil. Já reportagem da revista “Veja” publicada em abril revelou
trocas de mensagens atribuídas ao doleiro e ao parlamentar em que ambos
supostamente discutem pagamentos e saques de dinheiro.
Relator do processo, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO),
solicitou oitiva com o chefe de gabinete do deputado, Vanilton Ribeiro. Segundo
denúncias, ele teria recebido R$ 120 mil em nome do parlamentar. A outra
testemunha é o comerciante de gados da Bahia Júlio Gonçalves de Silva Lima, de
onde seriam oriundos bezerros entregues a Argôlo.
O relator também tinha a intenção de ouvir o doleiro
Alberto Youssef, que está preso em penitenciária do Paraná. No entanto, Youssef
já disse anteriormente que não falaria em audiência com parlamentares. Ele
havia sido convidado para depor por videoconferência para o processo que
investiga o deputado André Vargas (sem partido-PR), também suspeito de
envolvimento com Youssef.
Desde que surgiram as denúncias contra Argôlo, o
deputado não se manifestou sobre as suspeitas de envolvimento com Youssef nem
sobre os processos abertos na Câmara. Segundo seu advogado, Aluísio Corrêa
Régis, Argôlo só se manifestará após ter acesso às informações que constam nos
autos.
Durante a reunião do conselho desta quarta-feira (2), o
advogado de Argôlo usou o microfone para defender o parlamentar. Régis disse
“confiar na inocência” do deputado.
O deputado Luiz Argôlo, quando fala sobre o assunto, se
limita a dizer que vai provar sua “inocência”. Fonte: Brasil 247