EM RÁPIDA MOVIMENTAÇÃO, EUN͍CIO DEFINE RELATOR DA CCJ PARA SABATINA DE SUCESSORA DE JANOT

Nomeada 24 horas após a Associação Nacional dos Procuradores
da República (ANPR) divulgar a lista tríplice de indicados para substituir o
atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Raquel Dodge se reuniu na
noite dessa quarta-feira (28) com o presidente do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE). Já na manhã desta quinta-feira (29), Eunício anunciou a escolha do
senador Roberto Rocha (PSB-MA) para ser o relator da indicação de Raquel para o
comando da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com um partido dividido quanto ao apoio ao presidente Michel
Temer, Rocha faz parte da ala governista. Ontem (quarta-feira, 28), durante a
votação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do
Senado, Rocha foi substituído pela senadora Lídice da Mata (PSB/BA) por ser a
favor da reforma trabalhista. Lídice teve posicionamento contrário.

Diante da rápida movimentação do governo para enfraquecer os
trabalhos de Janot, que deixa a PGR no dia 17 de setembro, a sabatina na CCJ
deverá ocorrer antes do recesso parlamentar. O presidente do Senado vai ler a
indicação na sessão deliberativa extraordinária nesta quinta-feira (29). Em
seguida, será encaminhada à CCJ.

Raquel Dodge ficou em segundo lugar na lista tríplice da
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), encabeçada por
Nicolao Dino ? o mais próximo a Janot ? e também integrada por Mário Bonsaglia.
Ela precisará ser sabatinada e ter o nome aprovado pelo Senado para tomar
posse, no dia 17 de setembro.

Nas discussões internas do Ministério Público, Dodge vinha
fazendo críticas ao que considerava excessiva mobilização de recursos materiais
e humanos para a Operação Lava Jato, argumentando que o MP tem outras frentes
importantes para atuar.

Ao escolhê-la, Michel Temer quebrou a prática adotada nos
últimos 14 anos pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff de endossar o
procurador mais votado pelos membros do MPF. Embora tal procedimento tenha sido
inaugurado pelo PT, era severamente criticado por integrantes do partido, por
tolher a liberdade de escolha do chefe do Executivo perante uma instituição já
extremamente poderosa. (POR JOELMA PEREIRA ? Congresso em Foco).

Foto: Agencia Brasil (EBC)

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