A Polícia Federal cumpre oito mandados de busca e apreensão
e sete de condução coercitiva em três municípios baianos no âmbito da Operação
Adsumus, nesta quinta-feira (6). Cerca de 40 policiais dão seguimento às ordens
judiciais em Salvador, Lauro de Freitas e Santo Amaro. Também foi determinado o
bloqueio judicial de mais de R$ 38 milhões em valores, imóveis e veículos, para
ressarcir a União pelos desvios. A intenção é desarticular esquema criminoso de
desvio de verbas públicas, fraudes à licitação, corrupção e lavagem de
dinheiro. A investigação feita entre a PF e o Ministério Público do Estado da
Bahia descobriu ilícito através de três núcleos empresariais que recebiam
recursos da prefeitura de Santo Amaro para realizar obras públicas, fornecer
material de construção e alugar maquinário. Além do direcionamento e irregularidades
nos processos licitatórios, foi verificado também que parte das obras
contratadas era realizada por servidores da própria prefeitura, que absorvia
parte dos custos e possibilitava o desvio do dinheiro. Os valores recebidos
pelos empresários eram transferidos a um operador do pagamento de propina, que
repassava os recursos para agentes políticos e servidores públicos envolvidos.
As investigações ainda identificaram o pagamento de altos valores a empresas do
ramo de entretenimento, mediante contratação sem licitação, cujos sócios eram
os próprios secretários municipais. De acordo com a força-tarefa, parte do
dinheiro desviado era da prefeitura e parte, de programas e convênios do
governo federal – por isso o MP-BA e a PF investigam o caso. A primeira etapa
da Operação Adsumus foi deflagrada em 14 de julho do ano passado (veja aqui),
culminando na prisão do vice-prefeito da cidade, Leonardo Araújo Pacheco
Pereira. Em novembro, o MP-BA ofereceu denúncia por associação criminosa e
lavagem de dinheiro contra o vice-prefeito Leonardo Pereira; o ex-secretário
municipal de Administração, Desenvolvimento, Obras e Serviços, Luís Eduardo
Pacheco Alves; os empresários Paulo Sérgio Soares Vasconcelos, Jachson César
Rocha Azevedo e Hildecarlos Seixas de Souza, e contra a médica Ilka de Almeida
Sousa Seixas, esposa de Hildecarlos. (Bahia Noticias)
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