VOTAÇÃO DE REFORMA É SUSPENSA E PRESIDENTE NEGOCIA RETOMADA DOS TRABALHOS

A sessão de votação da reforma trabalhista (PLC 38/2017) foi
suspensa pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira nesta terça-feira (11). A
reunião havia sido aberta às 11h em ponto pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN)
na companhia de outras três senadoras, que se recusaram a deixar a mesa para
dar lugar a Eunício. Às 12h07, ele decidiu interromper os trabalhos e, logo depois,
cortou a luz do Plenário.

Após o ocorrido, o presidente se reuniu com líderes
governistas e da oposição na tentativa de um acordo para que as atividades
fossem retomadas. Além de Fátima, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi
Hoffmann (PT-PR) e Regina Sousa (PT-PI) mantiveram a ocupação e receberam o
apoio das senadoras Lídice da Mata (PSB-BA), Kátia Abreu (PMDB-TO) e também de
deputados e deputadas.

A situação causou revolta nos governistas, que alegaram
tratar-se de um atentado á democracia. O líder do PSDB, Paulo Bauer (SC),
classificou a ocupação da mesa do Plenário do Senado por senadoras da oposição
de [procedimento antidemocrático] e [quase um crime político] por impedir o
funcionamento do Senado.

– O que está acontecendo hoje no Senado, produzido pelos
partidos de esquerda, usando-se das mulheres senadoras, que tomaram a mesa
diretora do Plenário, é sem dúvida nenhuma algo que vai exigir do Conselho de
Ética do Senado uma avaliação e providências. Esse não é um comportamento
compatível com a dignidade política de quem representa o povo brasileiro no
Senado da República – afirmou Bauer.

O senador Jorge Viana (PT-AC) amenizou o fato e disse ter
havido um ato político:

-Sempre sou de mediação. Mas você tem mulheres senadoras,
com personalidades muito claras, que estão fazendo aqui um ato político. Elas
entenderam chamar a atenção que está tendo um movimento de atropelo do Senado.
Espero que daqui a pouco a gente possa conversar com elas. Se a intenção era
ter uma atitude política, o parlamento é essencialmente político. Já vai ficar
para a história uma posição política de senadoras lutadoras que estão fazendo
um protesto contra esse processo legislativo de apreciar a reforma trabalhista
desse jeito – afirmou.

Agência Senado

Foto: Agencia Senado

 

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