O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação
Lava Jato na primeira instância, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e de
lavagem de dinheiro.
A acusação é pela ocultação da propriedade de uma cobertura
triplex no litoral paulista, recebida como propina da empreiteira OAS, em troca
de favores na Petrobras.
Outros dois réus no mesmo processo também foram condenados,
e quatro, absolvidos (veja a lista completa abaixo).
É a primeira vez, na história, que um ocupante da
Presidência é condenado criminalmente por um crime comum no Brasil. A sentença
foi publicada nesta quarta-feira (12) e permite que o petista recorra em
liberdade.
Na sentença, de 218 páginas, o juiz Moro resume as acusações
que pesam contra Lula, relata os argumentos da defesa e analisa as provas
documentais, periciais e testemunhais. O magistrado afirma que houve condutas
inapropriadas por parte da defesa de Lula que revelam tentativa de intimidação
da Justiça e, por isso, até caberia decretar a prisão preventiva do
ex-presidente. Porém, decidiu não mandar prendê-lo por [prudência]. ABAIXO,
NESTA REPORTAGEM, VEJA PROVAS USADAS POR MORO NA CONDENAÇÃO
[…] Considerando que a prisão cautelar de um
ex-Presidente da República não deixa de envolver certos traumas, a prudência
recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se
extrair as consequências próprias da condenação. Assim, poderá o ex-Presidente
apresentar a sua apelação em liberdade, diz a decisão. Veja a íntegra da
sentença de Sérgio Moro.
Por [falta de prova suficiente da materialidade], o juiz absolveu
Lula das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o
armazenamento do acervo presidencial numa transportadora, que teria sido pago
pela empresa OAS. (Por Alana Fonseca, Erick Gimenes, Thais Kaniak e Bibiana
Dionísio, G1 PR)
Foto: Ricardo Stuckert