O presidente Michel Temer se reuniu neste sábado (15) com o
deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), relator que recomendou o arquivamento da
denúncia contra ele na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da
Câmara. Ao lado dos ministros da Educação, Mendonça Filho, e da Secretaria de
Governo, Antônio Imbassahy, Temer recebeu o parlamentar para um almoço do qual
participaram também familiares do deputado e de Imbassahy, que também é do
PSDB.
Segundo o deputado, os presentes no encontro conversaram
somente sobre [amenidades]. [Não falamos sobre política. Foi uma coisa mais
descontraída], disse à Agência Brasil. Ele disse que já havia combinado de
almoçar com os ministros, quando Temer telefonou para um deles, convidando-os
para o Palácio do Jaburu.
Abi-Ackel foi designado para ler voto contrário à
admissibilidade da denúncia por corrupção passiva após os membros da CCJ
rejeitarem o parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) recomendando que o
processo seguisse adiante. O relatório do tucano foi aprovado por 41 votos a 24
e deve ser apreciado no plenário da Câmara no próximo dia 2 de agosto.
Seguindo a mesma linha de ministros do governo, Abi-Ackel
afirmou que a oposição não deve garantir o quórum de 342 deputados necessários
para início da sessão. Para que a Câmara autorize que a denúncia apresentada
pela PGR seja analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), são necessários os
votos de dois terços da Casa, o que representa 342 deputados.
De acordo com ele, enquanto a matéria não for analisada
pelos 513 deputados, a decisão da CCJ prevalece. [Esse não é um assunto que nos
deixa preocupado. Quando tiver o quórum, colocaremos [a votação na pauta].
Estou pronto para ler o meu parecer a qualquer momento], afirmou. Nas próximas
semanas, apesar do recesso parlamentar, oposicionistas e governistas seguirão
discutindo as estratégias para a votação. (ABR)
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