A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo já
instaurou 12 inquéritos a partir da delação de executivos da Odebrecht. As
investigações são originadas de 14 petições enviadas pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) à Procuradoria da República no Estado.
Segundo a procuradora da República Thaméa Danelon, a partir
dos inquéritos, a Polícia Federal [vai fazer as análises prévias]. [Agora não
deixa de ser sigiloso para o bem da investigação], afirma.
Na lista das petições está um suposto pagamento, por parte
da Odebrecht, de uma [mesada] em favor de José Ferreira da Silva (Frei Chico),
irmão de Lula.
Foram enviados pela Corte máxima relatos de [pagamentos de
vantagem indevida não contabilizada] para campanhas eleitorais de Alexandre
Padilha e Fernando Haddad, do PT, além de dois nomes do PSDB, o deputado
estadual Barros Munhoz, ex-presidente da Assembleia Legislativa, e Edson
Aparecido, ex-secretário-chefe da Casa Civil do governo Alckmin. Todos negam
enfaticamente uso de recursos ilícitos em suas campanhas.
Uma investigação vai ser realizada a partir da delação de
Emílio Odebrecht, o patriarca da empreiteira, que cita o ex-presidente Lula.
Após solicitação do Ministério Público Federal em São Paulo,
a Procuradoria-Geral da República autorizou a criação de uma força-tarefa
dedicada às investigações relativas à Lava Jato em São Paulo. O grupo é
composto pelos procuradores da República Thiago Lacerda Nobre, José Roberto
Pimenta Oliveira, Anamara Osório Silva e Thaméa Danelon Valiengo.
Segundo a Procuradoria, a força-tarefa vai atuar em
processos penais e cíveis relacionados à delação de executivos da Odebrecht,
nos casos declinados pela Corte máxima para a Justiça Federal na capital. O
grupo não terá dedicação exclusiva à Lava Jato e vai acumular outros
procedimentos.
Um total de 201 petições relacionadas à delação da Odebrecht
– contendo informações sobre supostos ilícitos em obras ou cometidos por
políticos em diferentes partes do país, mas por pessoas que não têm foro por
prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal – foram redistribuídas pelo
ministro Edson Fachin, para tribunais do País.
Das 201 petições, 29 foram destinadas para a primeira
instância da Justiça Federal de São Paulo e suas subseções, onde atuam os
procuradores lotados na Procuradoria de São Paulo. Destas 29, uma foi declinada
ao Ministério Público Estadual e as restantes estão sob responsabilidade da
Procuradoria de São Paulo: 12 já encaminhadas a procuradorias em municípios no
interior do Estado, duas distribuídas a procuradores na capital, e as 14
restantes sob responsabilidade da força-tarefa. (Diário do Poder)
Foto: Montagem – Dário do Poder