DILMA E EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS PRESTAM DEPOIMENTO EM AÇÃO CONTRA GLEISI

A ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da
Petrobras José Sérgio Gabrielli prestarão depoimento nos próximos dias no
âmbito de uma ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a
senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o marido, o
ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.

O depoimento de Dilma está marcado para as 13h desta sexta
(28), na sede da Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto
Alegre. Já Gabrielli prestará depoimento na próxima segunda (31), na sede da
Seção Judiciária do Estado da Bahia, às 17h. Ambos falarão na condição de
testemunhas de defesa. Na última segunda (24), a ex-presidente da Petrobras
Maria das Graças Foster prestou depoimento ao STF, também como testemunha de
defesa.

Em setembro do ano passado, a Segunda Turma do STF aceitou
por unanimidade a denúncia contra Gleisi e Paulo Bernardo, que se tornaram réus
na Operação Lava Jato. Gleisi e Bernardo são investigados por suposto
recebimento de R$ 1 milhão para custear a campanha eleitoral da petista ao
Senado Federal em 2010.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o dinheiro
era oriundo do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro estabelecido na
diretoria de Abastecimento da Petrobras, na época chefiada por Paulo Roberto
Costa. O suposto repasse de quantias ilícitas, de acordo com a PGR, tinha como
finalidade a manutenção de Costa no cargo. O pagamento do dinheiro teria sido
operacionalizado pelo doleiro Alberto Youssef.

As defesas de Gleisi e Paulo Bernardo alegam que a PGR se
baseou exclusivamente nas delações premiadas de Costa e Youssef para apresentar
a denúncia.

[Política de coalizão]

No último dia 7, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) prestou depoimento ao STF no âmbito da ação penal contra Gleisi e Paulo
Bernardo. Na ocasião, Lula disse que o Ministério Público acha [criminoso] o
fato de partidos políticos indicarem nomes para ocupar cargos na administração
pública federal.

 

Segundo Lula, essas nomeações fazem parte de uma [política
de coalizão] para garantir a governabilidade. Em tom irônico, o petista afirmou
que, em outra encarnação, [vamos indicar só gente do Ministério Público] para
cargos do Executivo.

De acordo com Lula, Gleisi não teve nenhuma influência na indicação
de Costa à Petrobras. [Ela (Gleisi) não tinha cargo público, e o Ministério do
Planejamento (na época ocupado por Paulo Bernardo) não tinha nada a ver com as
indicações da Petrobras], disse o ex-presidente. (AE)

Foto: Wilton Junior – Estadão

 

 

 

 

 

 

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