O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic em um
ponto percentual, para 9,25 ao ano. O conjunto dos indicadores de atividade
econômica divulgados desde a última reunião do Copom permanece compatível com
estabilização da economia brasileira a curto prazo, além de recuperação
gradual. Foi a 1ª vez desde o fim de 2013 que a taxa Selic caiu para um patamar
abaixo de 10 ao ano.
O recente aumento de incerteza quanto ao ritmo de
implementação de reformas e ajustes na economia impactou negativamente índices
de confiança dos agentes econômicos. No entanto, o impacto dessa queda de
confiança na atividade tem sido, até o momento, limitado.
Em nota, o Copom destaca que [a manutenção das condições
econômicas, até este momento, apesar do aumento de incerteza quanto ao ritmo de
implementação de reformas e ajustes na economia, permitiu a manutenção do ritmo
de flexibilização. Para o próximo encontro, a manutenção deste ritmo dependerá
da permanência das condições descritas no cenário básico do Copom e de estimativas
da extensão do ciclo].
Além disso, o ritmo de flexibilização continuará dependendo
da evolução da atividade econômica e da continuidade das reformas estruturais
em tramitação no Congresso Nacional.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para
manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o IPCA registrou deflação de 0,23 em junho, a primeira
variação negativa do índice em 11 anos.
Nos 12 meses terminados em abril, o IPCA acumula 3, a menor
taxa em 12 meses desde abril de 2007. Para este ano, o Conselho Monetário
Nacional (CMN) estabelece meta de inflação de 4,5, com margem de tolerância de
1,5 ponto. A inflação, portanto, não poderá superar 6 neste ano ou ficar
abaixo de 3. (Diário do Poder)
Foto: Marcello Casal Jr. ABR