MAIA DEFINE PEDIDOS DE IMPEACHMENT APÓS 2ª DENÚNCIA CONTRA TEMER

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai
começar a decidir sobre os pedidos de impeachment protocolados na Casa após a
apreciação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. A peça de
acusação da Procuradoria-Geral da República será lida nesta segunda-feira, 25,
no plenário da Câmara. Para que a ação não prossiga no Supremo Tribunal Federal
(STF), Temer precisa do apoio de 172 deputados.

[Depois da segunda denúncia, eu vou começar a decidir pelos
(pedidos de) impeachment], disse Maia, em entrevista gravada na sexta-feira e
exibida na madrugada desta segunda-feira no programa Canal Livre, da TV
Bandeirantes. [Acho que as duas denúncias são suficientes para tratar desse
assunto, os (pedidos de) impeachment serão redundância] afirmou. Para Maia, a
denúncia pode ter sua tramitação finalizada na Câmara em [três, quatro semanas].

O parlamentar avaliou que o presidente, por um lado, terá
mais dificuldade para enfrentar a segunda denúncia por causa da base aliada
mais enfraquecida. Na primeira acusação, a Câmara barrou o processo com o apoio
de 263 deputados, em agosto. Por outro lado, segundo Maia, Temer poderá se
beneficiar dos problemas verificados na delação da JBS. [Talvez uma coisa possa
neutralizar a outra], afirmou Maia.

[FACADA]

A entrevista à TV Bandeirantes foi dada no final da semana
em que Maia veio a público reclamar que estava levando [facada nas costas] do
PMDB pelo assédio do partido sobre deputados do PSB que negociavam migração
para o DEM. Ao Canal Livre, no entanto, o presidente da Câmara declarou
lealdade a Temer, ao afirmar que não conspira contra o presidente, que não é
pré-candidato à Presidência e que trabalha com a hipótese de o peemedebista
concluir seu governo.

Maia voltou a afirmar que o governo tentou influenciar um
[enfraquecimento] do DEM com a filiação do senador Fernando Bezerra Coelho
(PE). O deputado citou a presença dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e
Moreira Franco (Secretaria -Geral da Presidência) na cerimônia de filiação de
Coelho. [Se isso não é participação do governo com 3 de ótimo e bom para
tentar influenciar um enfraquecimento do DEM, eu não sei o que é.]

Maia disse que trouxe a situação à tona porque quer [ajudar]
o governo a superar os problemas e tocar a agenda de reformas no Congresso. [O
incidente está superado? Eu já coloquei o problema, só vai estar superado
quando o PMDB entender que a prioridade do partido não deveria ser fortalecer o
PMDB, deveria  fortalecer o governo na situação
que o governo tem hoje], afirmou o presidente da Câmara. [Eu não estou distante
do governo, a agenda do governo é a minha agenda], enfatizou.

Previdência

O deputado afirmou também que não há [clima] para votar a
reforma da Previdência após as denúncias contra Temer. [A gente tinha 300 votos
para votar antes da delação da JBS. A gente tem voto, a gente não tem é clima.
[Para aprovar a proposta, o governo precisa de pelo menos 308 apoios na Câmara.
Maia disse que, hoje, o número de parlamentares que votariam favoráveis à
medida é de 150 a 200.

A dificuldade de Temer na reforma da Previdência, acrescentou
Maia, aumenta por causa de [equívocos] na articulação durante a primeira
denúncia. Ele citou a sinalização que Temer fez para a candidatura do prefeito
de São Paulo, João Doria (PSDB), à Presidência da República em detrimento do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). (AE)

Foto: Flávio Soares – Ag. Camara

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