RUI E WAGNER DEFINEM SEUS CANDIDATOS A DEPUTADOS EM 2018

A mais de um ano para as eleições de 2018, o governador Rui
Costa (PT), que tentará a recondução ao Palácio de Ondina, já definiu quem
serão os seus candidatos a deputado no próximo pleito, conforme apuração feita
pelo bahia.ba.

Integrante da corrente Reencantar, o chefe do Executivo
baiano mobilizou os integrantes da ala a apoiarem Joseildo Ramos, hoje líder
petista na Assembleia Legislativa, para a Câmara Federal, e o ex-prefeito de
Serrinha, Osni Cardoso para a sua vaga estadual.

A estratégia é fortalecer nacionalmente o grupo, que
atualmente conta com três cadeiras na AL-BA (Joseildo, Gika Lopes e Zé
Raimundo) e apenas uma em Brasília, com Waldenor Pereira, já que Moema Gramacho
renunciou ao mandato para assumir novamente a prefeitura de Lauro de Freitas.

A expectativa da tendência é de que, no próximo ano, consiga
fazer dois estaduais – Zé Raimundo e Osni (Gika abandonou a disputa) – e três
federais. Além de Waldenor e Joseildo, o atual secretário estadual de Justiça,
Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, pretende concorrer
ao Congresso, tanto por uma questão pessoal quanto por uma pressão do seu
sindicato, o Sindiquímica, que tradicionalmente lança um nome forte para a Câmara,
a exemplo de Jaques Wagner, Rui e Moema, em anos anteriores.

Para evitar briga no grupo, o titular da SJDHDS contará com
o apoio do secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, que será
postulante ao Senado. Afastado da briga de correntes – embora originalmente da
Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma de Lula -, para deputado estadual, o
ex-governador deve bancar a candidatura de Robinson Almeida, hoje suplente de
federal e integrante da Democracia Socialista (DS).

Na montagem das peças, o próprio Rui participou das
tratativas para levar o seu líder do governo, Zé Neto (DS), para a capital
federal, com a vinda de Robinson para a política local, além de convencer Moema
a não abandonar a gestão municipal para tentar o parlamento e apoiar a dobradinha
Joseildo-Osni.

No caso de Zé Neto, a meta é ainda fortalecer o seu nome
para o próximo pleito de Feira de Santana. Candidato derrotado em 2004, 2012 e
2016, o petista teria em 2020 a chance de não enfrentar José Ronaldo de
Carvalho (DEM), que, no segundo mandato, não poderá tentar a reeleição.

Tabuleiro – A onda antipetista, provocada pelo desgaste do
governo da ex-presidente Dilma Rousseff e as denúncias de corrupção contra
Lula, não é suficiente para que as principais lideranças baianas do Partido dos
Trabalhadores não apostem no crescimento das bancadas.

A estimativa no PT é ampliar ou pelo menos manter, em 2018,
o mesmo número de cadeiras na Assembleia Legislativa da Bahia e na Câmara dos
Deputados conquistadas em 2014, quando a legenda elegeu 11 deputados estaduais
e oito federais. No entanto, a intenção é renovar parte das caras.

Na AL-BA, dois nomes estão fora do baralho na eleição do
próximo ano: Gika Lopes e Luiza Maia. O primeiro alega [problemas pessoais],
enquanto a segunda diz que está no [segundo e último mandato]. O fato é que a petista
deseja, em 2020, concorrer à prefeitura de Camaçari.

Com a empreitada de Zé Neto e Joseildo no plano federal, o
PT trabalha com quatro vagas abertas na AL-BA. Os favoritos para ocuparem os
espaços são Jacó, da Esquerda Popular Socialista (que teve 35.210 votos em
2014), e o ex-comandante da sigla Jonas Paulo, da CNB, (33.414). Ambos são
suplentes atualmente.

Na meta de renovação, além dos candidatos de Wagner e Rui –
Robinson e Osni Cardoso -, outros dois nomes são: Radiovaldo Costa, ex-vereador
de Alagoinhas que retornou ao PT após ficar uma temporada na Rede, e o vereador
de Salvador, Luiz Carlos Suíca (EPS).

Para a Câmara, pinta como novidade não só a tentativa de
emplacar Martins, Joseildo e Zé Neto, mas reforçar o nome de Elisângela Araújo,
da Federação de Trabalhadores Rurais (Fetrab), que obteve 31.503 votos em 2014
e tenta puxar o apelo feminino antes puxado por Moema. A dobradinha
preferencial dela seria Radiovaldo, uma vez que ambos são da CNB e apoiados
pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Guerra das Correntes em números – Corrente do presidente
estadual do PT baiano, Everaldo Anunciação, a CNB fez quatro estaduais em 2014
e, apesar da baixa de Luiza Maia, que não só desistiu da candidatura como
abandonou a ala, vai tentar manter o número com Rosemberg Pinto, Fátima Nunes e
Paulo Rangel, e o acréscimo de Radiovaldo.

A DS, que fez Zé Neto e Neusa Cadore, e recebeu o incremento
com a subida do suplente Bira Coroa, tenta reeleger Neusa e Bira e se reforçar
com Robinson Almeida. Chefe da agremiação em Salvador, o ex-vereador Gilmar
Santiago corre por fora.

A EPS, que perdeu Marcelino Gallo para a Avante, após
desentendimentos com o principal líder Valmir Assunção, vai com os [novatos]
Jacó e Suíca. As grandes apostas da Avante e da Esquerda Democrática Popular
(EDP) são as permanências de Galo e Maria Del Carmen, respectivamente.

Como já pontuado, a Reencantar, do governador Rui Costa, sai
de três na eleição anterior – Zé Raimundo, Gika e Joseildo – para buscar dois
na próxima – Zé Raimundo e Osni Cardoso – para ampliar de um para três federais
? Waldenor, Carlos Martins e Joseildo.

Ainda sobre a Câmara, a DS perdeu Jorge Solla para a Avante,
pela qual tentará a reeleição, e lança suas fichas sobre Afonso Florence. Mesmo
cenário para a EDP, de Nelson Pelegrino.

A EPS tem como objetivo a reeleição de Valmir e tenta
emplacar Elisângela. Já a CNB perdeu Luiz Caetano, que lança a sorte de forma
avulsa, e precisa sacramentar uma nova vitória com Josias Gomes, amigo pessoal
de Lula, que vai deixar a Secretaria de Relações Institucionais (Serin) do
governo Rui em março. [Evilasio Junior / Rodrigo Daniel Silva ? bahia.ba].

Foto: Divulgação

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