O apresentador de TV Luciano Huck não será candidato a
presidente em 2018. Em artigo publicado na edição desta segunda-feira, 27, da
Folha de S.Paulo, Huck afirma que, [com a mesma certeza de que neste momento
não vou pleitear espaço nesta eleição para a Presidência da República, quero
registrar que vou continuar, modesta e firmemente, tentando contribuir de maneira
ativa para melhorar o País.]
No texto, o apresentador cita a Odisseia, de Homero, para
dizer que [nos últimos meses estive amarrado ao mastro, tentando escapar da
sedução das sereias]. Huck afirma ainda que a candidatura tinha apoio de
familiares e de amigos, mas que se considera mais [útil e potente para ajudar
meu país e o nosso povo a se mover para um lugar mais digno ocupando outras
posições no front nacional].
Pesquisa
Na última quinta-feira, a pesquisa Barômetro Político
Estadão-Ipsos revelou que a aprovação de Huck subiu para 60, a maior entre
todos os demais nomes cotados para a disputa presidencial do próximo ano. A
partir da divulgação dos dados, as pressões para que o apresentador declarasse sua
candidatura se intensificaram.
Huck teria decidido antecipar o anúncio de sua decisão do
dia 15 de dezembro para esta segunda por temer que as pesquisas o colocassem
num patamar que tornasse o recuo inviável. Embora o levantamento do
Estadão-Ipsos não tenha relação com intenção de votos, ele reflete o potencial
de crescimento do nome de Huck e seus interlocutores o alertaram disso.
Pesquisas internas encomendadas por Huck mensalmente também
mostraram que, num cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
ele já aparece em segundo lugar, empatado com Marina Silva (Rede). Isso sem
fazer campanha alguma.
O colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim,
também divulgou que, mesmo fora da disputa pela Presidência, Huck permanecerá
ativo em movimentos cívicos, como o Agora! e o Renova BR. A TV Globo já havia
informado que, assim como seus outros funcionários, o apresentador precisaria
comunicar sua decisão com antecedência à emissora. Pessoas próximas do apresentador
também afirmaram que a [pressão] da emissora e a opinião da mulher, a também
apresentadora Angélica, teriam pesado na decisão final.
Propostas
Nos últimos meses, Huck conversou com partidos, como o PPS e
o DEM. As duas legendas abriram as portas para o apresentador e, em momentos
distintos, empolgaram-se com a hipótese de um candidato tão midiático e com
potencial. As conversas com o DEM minguaram por influência do Agora!. A
avaliação do movimento é de que o partido não representaria a necessidade de
[renovação] propagada pelo grupo e não estaria disposto a ceder a legenda para
candidatos de fora da estrutura partidária.
Já com o PPS, as conversas avançaram muito mais. No início
do mês, Huck chegou a participar de uma reunião na casa do ex-presidente do
Banco Central Armínio Fraga, com Freire e Raul Jungmann, para sinalizar ao PPS
que ela seria a legenda escolhida caso ele decidisse se candidatar. Com a
negativa do apresentador, o partido de Freire deve se inclinar pelo apoio ao
presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). (AE)
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