Em um discurso duro
contra o que chamou de [quadrilha] que administrou a Petrobras,
o presidente da empresa, Pedro Parente, afirmou nesta quinta-feira
(7) que trata apenas de assuntos ligados à estatal e que se sente confortável
no cargo.
[Tenho total
autonomia que nenhum outro presidente teve. O que diz respeito a Petrobrás o
apoio tem sido incondicional, para fazer o que precisa ser feito e fazer certo,
minhas palavras tem a ver com a indignação pessoal como brasileiro contra
qualquer iniciativa que possa constranger a busca e a identificação de atos
corruptos em nosso país], afirmou.
Anteriormente, o
presidente havia chamado de quadrilha alguns dos antigos administradores e
políticos que estiveram no comando da estatal. [São recursos recuperados
pela empresa que foi roubada pela quadrilha que lá operava], disse.
Retorno
Parente participou
de uma cerimônia na sede do Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba (PR),
ao qual foram entregues simbolicamente R$ 653,9 milhões desviados em casos de
corrupção, para os cofres da Petrobrás. Com isso, o total de recursos
devolvidos para a Petrobras desde o início da Operação Lava Jato chega a
R$ 1,4 bilhão e o valor total pode chegar a R$ 10,8 bilhões.
Essa foi a décima
devolução de recursos à Petrobrás desde maio de 2015 e o anúncio foi feito
durante coletiva de imprensa realizada pela manhã na sede do MPF, em Curitiba
(PR). Os recursos são originados de acordos de colaboração e de leniência com
executivos das empresas Andrade & Gutierrez, Camargo Correia, Braspen e
Carioca e SOG.
Parente falou sobre
parcerias com as autoridades e dos investimentos em programas ambientais e de
outras naturezas por conta dos recursos recuperados. O presidente ressaltou que
a Petrobrás, entre todas as empresas envolvidas nos casos de corrupção, foi a
única que não se beneficiou.
[A Petrobrás não se
beneficiou de nenhum novo contrato, nenhuma nova obra, não teve nenhuma vantagem,
somos a única vítima], analisou.
Para ele, a empresa
está sendo passada a limpo. [A Petrobrás vem fazendo seu dever de casa, temos uma
empresa totalmente diferente], disse, citando alterações realizadas no âmbito
administrativo.
O coordenador da
Força-Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, disse que a Operação precisa
continuar e ser fortalecida. [Essa é uma parte pequena do que está por vir se
as investigações permanecerem. Os corruptos não representam a Petrobrás],
comentou.
Segundo ele, a
Operação atua como em [um deserto] onde [a regra no Brasil é não recuperar recursos
para os cofres públicos], avaliou. (AE).
PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO