TEMER AFASTA DOIS VICE-PRESIDENTE DA CAIXA POR QUINZE DIAS

O presidente Michel Temer determinou o afastamento
de dois vice-presidentes da Caixa Econômica Federal para que apresentem defesa
na denúncia da força-tarefa da Operação Greenfield. Procuradores enviaram um
ofício para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que deve ser
encaminhado ao presidente da República, em que alertam sobre a possibilidade de
Michel Temer ser punido se não afastasse a dupla.

A substituição dos
vices foi uma sugestão do Ministério Público Federal (MPF) baseada em uma
investigação interna da Caixa que apontou influência política e possíveis
crimes praticados pelos executivos. Encaminhada à Caixa e a Casa Civil, a
sugestão não foi acatada e os vices foram mantidos.

[Esclarece-se desde
já que, caso não seja observada a recomendação, eventuais novos ilícitos
cometidos pelos atuais vice-presidentes da Caixa Econômica Federal poderão
gerar a responsabilização civil de Vossa Excelência, por culpa in elegendo],
diz o ofício assinado por 5 procuradores da República. Apesar de não ter sido
notificado ainda, a avaliação de interlocutores do presidente é que [a recomendação
não pode ser ameaça], ainda mais por quem não teria competência para processar
o presidente.

A Caixa Econômica
Federal informou que foi notificada da recomendação do Ministério Público
Federal em Brasília de trocar todos os seus vice-presidentes e de contratar
outros por [processos seletivos impessoais]. ]O banco irá responder formalmente
obedecendo o prazo legal], acrescentou.

A Procuradoria da
República dá prazos para que a instituição financeira cumpra as recomendações
e, ao fazê-las, leva em consideração irregularidades descobertas por uma série
de investigações.

Para trocar os
vices e contratar novos, a Procuradoria deu prazo de 45 dias. O Ministério
Público Federal ainda deu um mês para que a instituição financeira adote novos
meios de fiscalizar as atividades de gestores e funcionários e dois meses para
aprovar o novo estatuto.

A Caixa Econômica
Federal é alvo das operações Sépsis, que apura desvios no FI-FGTS; Cui Bono?,
sobre desvios em liberações de créditos a grandes empresas; Patmos, que, em uma
de suas vertentes, investiga desvios praticados por Geddel Vieira Lima e Fábio
Cleto.

Personagens
políticos como os ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) e Henrique
Eduardo Alves (PMDB) estão presos por supostos desvios na Caixa, alvos dessa
operação.

Muitos dos
episódios de corrupção alvo do Ministério Público Federal, envolvem os
vice-presidentes da Caixa, muitos deles no cargo por indicação política. (Diário
do Poder)

(FOTO: ED FERREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO)