Fachin libera para revisão seu voto sobre corrupção de Gleisi Hoffmann

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin
liberou para revisão seu voto em ação penal na qual a senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR) e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, são réus
pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, na Operação Lava Jato.

Com o despacho proferido ontem (1º), caberá ao ministro
Celso de Mello concluir a revisão e liberar a ação para o julgamento, que deve
ocorrer ainda neste ano na Segunda Turma da Corte.

Em novembro do ano passado, ao apresentar as alegações
finais no caso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a
condenação da senadora e de Paulo Bernardo. No processo, ambos são acusados de
receber R$ 1 milhão para a campanha da senadora, em 2010.

Na manifestação, última fase do processo antes da sentença,
Dodge pede que Gleisi e Paulo Bernardo também sejam condenados ao pagamento de
R$ 4 milhões de indenização aos cofres públicos, valor quatro vezes maior do
que o montante que teria sido desviado da Petrobras.

De acordo com depoimentos de delatores na Operação Lava
Jato, o valor da suposta propina paga a Gleisi e Paulo Bernardo é oriundo de
recursos desviados de contratos da Petrobras. O casal foi citado nas delações
do doleiro Alberto Youssef.

Defesa

Procurado pela reportagem, o advogado Rodrigo Mudrovitsch,
representante da senadora, ainda não retornou o contato.

Em documento encaminhado ao Supremo durante a fase de
defesa, os advogados do casal afirmaram que as acusações são ?meras conjecturas
feitas às pressas? em função de acordos de delação premiada.

[A requerida [senadora] jamais praticou qualquer ato que
pudesse ser caracterizado como ato ilícito, especialmente no bojo do pleito
eleitoral ao Senado Federal no ano de 2010, na medida em que todas as suas
contas de campanha foram declaradas e integralmente aprovadas pela Justiça
Eleitoral], afirmou a defesa, na ocasião.(ABr)

Foto: Wilson Pedrosa

 

 

 

Mais notícias sobre