Galloro assume direção-geral da PF e diz que lava jato continuará [forte]

O ministro Extraordinário da Segurança, Raul Jungmann, deu
posse nesta sexta-feira, 2, a Rogério Galloro como diretor-geral da
Polícia Federal. Ao assumir, Galloro afirmou que a nova pasta será uma
aliada no combate ao crime organizado e afirmou que a Operação Lava Jato
[continua forte]. [As conquistas dos últimos anos são marcantes na PF e são
indeléveis], disse. [Não haveria sentido adotar postura diversa. A Lava Jato
continua forte], completou.

Galloro classificou o ex-diretor-geral Leandro Daiello [como
amigo desde o meu primeiro dia na Polícia Federal] e lembrou que esteve com ele
durante o tempo que Daiello dirigiu a corporação. [Fiz parte de toda a gestão
de Leandro Daiello, estive em momentos difíceis e em momentos de conquistas],
disse.

O novo diretor-geral afirmou ainda que [quem chega tem pouco
a dizer, precisa apenas a ouvir e aprender] e que tentará trabalhar para que a
corporação continue a fazer um bom trabalho. [O crime não é e não será mais
forte que o Estado brasileiro, o crime não vencerá], disse.

Galloro convidou para formar a cúpula da instituição
delegados que são especialistas em combate ao crime organizado. A expectativa
na corporação é de que, com o novo comando, a PF consiga ser protagonista na
atuação contra as organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e a desvios
de dinheiro público dentro da nova formatação do Ministério Extraordinário da
Segurança Pública, pasta à qual está subordinada a PF.

SEM PRESIDENTE 

Diferente da posse do ex-diretor-geral
Fernando Segovia, em novembro do ano passado, a cerimônia que deu o cargo
máximo da PF a Galloro não contou com a presença de políticos. No caso de
Segovia, inclusive o presidente Michel Temer, de forma inédita, compareceu ao
evento. Nesta sexta, no entanto, Temer preferiu uma agenda [mais popular] e foi
a Sorocaba (SP) entregar ambulâncias.  

[Lisonjeado] com a presença de um presidente na
cerimônia de posse, em sua primeira entrevista coletiva, Segovia criou sua
primeira polêmica à frente do cargo ao afirmar que [uma única mala talvez não
desse toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para
resolver se havia ou não crime], em referência ao caso da mala de R$ 500
mil que a JBS pagou para o ex-assessor especial de Temer Rodrigo
Rocha Loures.

Segovia também fez críticas à Procuradoria-Geral da República
e disse que o órgão deveria [explicar possíveis erros no acordo de colaboração
premiada firmado com executivos do grupo J&F, entre eles, o empresário Joesley
Batista].

No momento de maior crise, Fernando Segovia teve que se
explicar ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
Federal, uma declaração à agência de notícias Reuters.

CURRÍCULO 

Delegado federal há 23 anos, Galloro é visto como de perfil
técnico, com maior afinidade para cargos administrativos. Antes de ser diretor
executivo na gestão de Leandro Daiello, Galloro foi superintendente em Goiás,
diretor de Administração e Logística e adido policial nos Estados Unidos.

Durante a gestão de Daiello, o novo diretor-geral atuou como
coordenador das forças da PF na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016. Desde
2017, quando assumiu a Secretaria Nacional de Justiça, ele também integra o
Comitê Executivo da Interpol.  

SEGOVIA E TORQUATO

Segovia, que foi demitido nesta semana pouco mais de três
meses depois de assumir o cargo, agradeceu ao ministro da Justiça, Torquato
Jardim, disse que diferente do que se publicava eles sempre tiveram convívio de
muito respeito e a Jungmann também fez um agradecimento e o alertou que ele
terá [um desafio árduo].

Segovia disse ainda que haja [maturidade] e
[profissionalismo] para dar continuidade ao trabalho de [mudar e aperfeiçoar a
gestão e fortalecer a nossa Polícia Federal]. [As pessoas passam, a instituição
permanece], afirmou.

Segovia também citou a Lava Jato, disse que a PF continua
forte e independente e a Lava Jato é um exemplo disso. O agora ex-diretor-geral
agradeceu aos comandantes militares que [sempre apoiaram a Polícia Federal].

Ao agradecer a família, Segovia – que passará a ser adido em
Roma, citou o imperador romano Julio Cesar e finalizou sua fala declarando:
[vim, vi e venci].

MESMO TETO

Torquato, que tentou emplacar Galloro no cargo, mas teve que
aceitar a nomeação de Segovia – patrocinada por uma ala política do governo
– fez um discurso breve no qual destacou que agora há uma [nova perspectiva
de gerência constitucional], já que os ministérios da Justiça e da Segurança
[vão coabitar sob o mesmo teto]. Torquato agradeceu a Segovia pelo trabalho e
deu boas-vindas a Galloro e a Jungmann. (AE)

 Foto: NBR-Reprodução

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