O procurador Athayde Ribeiro Costa, membro da força-tarefa
da Operação Lava Jato, disse hoje (9) que o ex-ministro da Fazenda e
ex-deputado federal Antonio Palocci foi o porta-voz do governo federal no
recebimento de propinas, destinadas ao PT e ao MDB, de construtoras que atuaram
na obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, construída a partir de
2011.
De acordo com o procurador, Palocci foi quem direcionou ao
ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal, Antônio Delfim Netto, 10 da
propina, ou R$ 15 milhões, paga pelas empreiteiras. Segundo as investigações do
Ministério Público Federal, Delfim chegou a receber R$ 4 milhões do montante.
[Antonio Palocci foi o porta-voz do governo federal, então
deputado federal, para direcionar os pedidos de propina, parte ao PT e parte ao
MDB [então PMDB]. Em um segundo momento, Palocci pediu para que 10 do valor de
1 do contrato fosse direcionado a Antônio Delfim Netto, que corresponderia a
quantia aproximada de R$ 15 milhões], disse Athayde em entrevista coletiva.
Delfim Netto foi alvo hoje da Operação Buona
Fortuna, na 49ª fase da Lava Jato, que cumpriu dez mandados de busca e
apreensão no estado de São Paulo e Paraná. O empresário Luiz Appolonio Neto,
sobrinho do ex-ministro, também foi alvo da ação. O MPF apontou que pagamentos
também eram feitos em dinheiro vivo e em depósitos a empresas de Appolonio
Neto.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Delfim Netto
seria destinatário de R$ 15 milhões do Consórcio Norte Energia (formado pelas empresas
Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli), por meio de
contratos fictícios de consultoria. Além dos 10 remetidos a Delfim, o
consórcio teria enviado propina aos partidos PMDB e PT. De acordo com o MPF,
cada um dos partidos recebeu 45 dos valores. (Agencia Brasil)
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