O assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu
motorista, Anderson Pedro Gomes, executados na noite de quarta-feira (14), no
Rio de Janeiro, mobilizou os senadores na sessão desta quinta-feira (15). Os
parlamentares classificaram o crime como [atentado à democracia] e homenagearam
as vítimas com um minuto de silêncio e com voto de pesar.
O senador Lindberg Farias (PT-RJ) lamentou que Marielle, uma
lutadora em defesa dos vulneráveis, jovens negros moradores da favela, tenha
sido a mais recente vítima da guerra instaurada no estado. Para ele, Marielle
morreu porque defendia os seus, falava da vida nas favelas e denunciava o que
estava acontecendo de errado, mostrava que a vida de um jovem negro morador da
favela hoje vale pouco.
– A dor é muito grande. É um atentado à democracia, eles não
têm medo. Estou muito abalado, porque sei o que Marielle representava.
A vereadora era socióloga, nascida e criada no complexo de
favelas da Maré e trabalhou com o deputado estadual Marcelo Freixo. Foi a
quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro em 2016.
O senador Jorge Viana (PT-AC) disse que o Senado deve pedir
a participação da Polícia Federal na investigação. No comando da sessão, Cassio
Cunha Lima (PSDB-PB) exigiu que a apuração fosse firme e célere.
– É uma exigência do Senado Federal para que tenhamos uma
apuração e investigação rigorosas, e que os responsáveis sejam punidos de forma
exemplar, defendeu Cássio.
Intervenção
Para alguns senadores, a morte da vereadora está relacionada
com a intervenção federal no Rio de Janeiro. Na avaliação de Marta Suplicy
(PMDB-SP), a morte da vereadora carioca, alvejada após sair de um debate com
mulheres negras no centro do Rio de Janeiro, [é um ataque à intervenção federal
e às posições políticas da ativista].
Ana Amélia (PP-RS) classificou a ação como [uma provocação]
e [um atentando contra a democracia]. Ela cobrou uma resposta imediata das
autoridades que comandam a intervenção na segurança pública do estado do Rio de
Janeiro
– Espero que as autoridades que estão comandando essa
intervenção deem uma resposta imediata, com uma investigação rigorosa para que
o mais rápido possível saibamos a origem e os responsáveis por esse crime
bárbaro, não apenas a uma mulher, mas a uma parlamentar, que morreu por uma
causa – disse.
Agência Senado
Pedro França/Agência Senado