Pouco mais de 20 anos depois, os feirenses viram, de novo,
um prefeito da cidade renunciar ao posto para entrar na briga pelo governo da
Bahia. O democrata José Ronaldo deixou o cargo, na semana passada, para disputar o Palácio de Ondina. Ele foi o segundo caso
na história de Feira de Santana.
Segundo Clóvis Ramaiana, professor de Teoria da História da
Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), o primeiro episódio aconteceu
em 1994, quando o então prefeito João Durval se descompatibilizou do cargo para
concorrer ao governo do estado. Dois anos antes, em 1992, ele tinha acabado de
ser eleito para comandar a Princesinha do Sertão, pelo Partido da Mobilização
Nacional (PMN), derrotando o candidato do PMDB, Luciano Ribeiro.
João Durval, diz o historiador, deixou a cidade a
contragosto da população feirense. Apesar disto, conseguiu chegar ao segundo
turno contra o adversário Paulo Souto (PFL hoje DEM), que era o candidato do
ex-senador Antônio Carlos Magalhães. No entanto, o ex-prefeito perdeu para o
pefelista por 41,36 a 58,64 dos votos.
Para Clóvis Ramaiana, a situação de José Ronaldo é diferente
da de João Durval. [Ele [João Durval] se candidatou e a população de Feira de
Santana reagiu muito mal. A votação dele em Feira foi muito baixa. O atual
renunciante faz isso depois de quatro mandatos. É um caso diferente do
anterior. Apesar de ele [José Ronaldo] estar um pouco desgastado, sem tecer
muita comunicação com a população, mas a reação do povo deve ser diferente do
episódio com João Durval. Até porque, João Durval renunciou com menos de dois
anos de mandato. Ficou mais ou menos claro que era uma passagem e Zé Ronaldo
está no quarto mandato], avaliou, em entrevista ao bahia.ba.
Além de Durval e Zé Ronaldo, o então prefeito de Feira de
Santana, Colbert Martins, que é pai do atual gestor da cidade, também abdicou
do posto para disputar uma eleição. No caso dele, que ocorreu em 1982, foi para
concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Houve também um
quarto episódio de renúncia na história feirense. Arnold Silva deixou
o cargo por problemas de saúde, em 1962. (Mateus Soares / Rodrigo Daniel Silva – bahia.ba)
Foto: Manu Dias/GOVBA