Com Leão na vice, chapa do governo está escalada

O governador Rui
Costa (PT) se reuniu com João Leão e a cúpula do PP na segunda-feira (16).
Nesta terça (17) apresentou o programa [Papo Correria] ao lado do senador Otto
Alencar (PSD). Na última sexta-feira (13), o presidente da Assembleia
Legislativa, Angelo Coronel (PSD) afirmou que era importante se ter, tão logo
fosse possível, a definição dos partidos que vão compor a chapa majoritária.

Na mesma segunda em
que Rui se reuniu com os pepistas, a Executiva estadual do PSB promoveu um
encontro para reiterar o apoio à candidatura de Lídice da Mata ao Senado. A
socialista deseja, e ganhou o apoio dos correligionários, se manter no páreo
até que a decisão seja sacramentada e anunciada pelo governador Rui Costa. O
prazo para isso é o das convenções partidárias.

Na próxima
quinta-feira (19) está programada uma conversa do conselho político. Pouco
utilizado em tempos de [paz], durante os anos de governo Rui houve pouquíssimas
reuniões, o colegiado composto pelos partidos aliados deve [bater o martelo] em
torno da tríade PT, PSD e PP para compor a chapa majoritária.

Tendo o PT a cabeça,
com Rui Costa e uma vaga do Senado com Jaques Wagner. O PP permanece com a
vice. Leão declarou que Dona Tereza [não me quer longe] – Dona Tereza é a
esposa do vice-governador -. Embora o tom seja de brincadeira, o fato é que o
próprio Rui quer Leão como vice. Apenas não o faria se existe uma vontade
grande do grupo pepista para disputar o Senado, o que não aconteceu. 

Já o PSD indicará
seu representante para a outra vaga na disputa pela Casa Alta, provavelmente, o
presidente da Assembleia Legislativa, Angelo Coronel. Este é o único nome ainda
não confirmado na composição. No entanto, avança a passos largos a indicação.

Este arranjo está
feito, mas não será oficializado até que sejam esgotadas todas as possiblidades
de convencer o PSB a permanecer no bloco, sem fissuras, não tendo direito a
indicar Lídice da Mata.

O PSB argumenta que
Lídice tem o direito a disputar a reeleição. Por ser mulher, estar melhor nas
pesquisas, ter o apoio de segmento importante da esquerda baiana e ter sido
fiel durante todo o tempo em que esteve no Senado.

À exceção da
fidelidade é uma das justificativas para que os partidários de Otto Alencar
defendam que a vaga seja do PSD. Lídice foi candidata em 2014 contra Rui Costa
quando o petista aparecia com baixos percentuais nas pesquisas e precisou do
apoio dos pessedistas e pepistas, além de outros aliados.

Para além, o PSD é
atualmente o partido com maior capilaridade política no que se refere a número
de prefeitos, vices, vereadores, banda b. O voto político é dominado pelo
partido de Otto e o voto de esquerda tende a acompanhar o PT que terá Wagner na
outra ponta.

Neste sentido,
dificilmente o confronto de critérios trará a Lídice, que tem uma história
indiscutível no campo político, êxito no pleito. A essa altura, o time já está
escalado e a senadora não está entre os titulares. 

Nuvens – Se
pelos critérios, principalmente força política, Lídice estará fora, por
outro, existem razões para a socialista manter a pré-candidatura. Ninguém sabe
a extensão da Lava Jato. 

Não há quem arrisque
palpite, sem correr risco de errar, de que todos os escalados estão livres de
processo ou de eventuais impugnações num futuro próximo. 

Outro caminho
possível, menos provável, é o de Wagner ser candidato a presidente da
República. Não está nos planos do ex-governador, mas sendo ele soldado do PT,
como já afirmou diversas vezes, pode ser convocado à missão e atender ao
pedido.

Solo – O
voo solo de Lídice que já foi colocado na lista de possibilidades, não mais é
discutido internamente, sobretudo, por causa dos candidatos aos parlamentos
federal e estadual. Nas contas de quem projeta a viabilidade eleitoral, linha
de corte, consciente necessário para eleger, é preciso sair em composição no
chamado chapão.

Sendo assim é
necessário manter a tensão controlada para não estourar a corda do lado mais
frágil: o PSB.

A candidatura à
presidência do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa é
um ingrediente ainda não inserido neste caldeirão político. [Luis Fernando
Lima-BNews)
 

Foto: BNews