Valmir critica situação do país pós-golpe: [Os pobres estão pagando a conta]

Aumento da pobreza, diminuição dos serviços gratuitos,
contenção de gastos com políticas sociais e agrárias, cortes na saúde, educação
e nos direitos trabalhistas, instabilidade no preço dos combustíveis, além de
aprovação de medidas e projetos com a ajuda do Congresso Nacional que facilitam
a entrega de recursos naturais, empresas e riquezas do país. Assim é descrito o
cenário sociopolítico brasileiro, pós o impedimento da presidente Dilma
Rousseff (PT), pelo deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) nesta sexta-feira
(27). Com base em pesquisas recentes, Assunção salienta que o povo pobre de
periferia e os moradores de cidades pequenas e do campo são os mais afetados.
Uma das maiores preocupações de Valmir é o retorno do Brasil ao mapa da fome da
Organização das Nações Unidas (ONU). Ele frisa que, no ano de 2014, com uma
redução de 82,1 do número pessoas subalimentadas, proporcionado pelos governos
do PT, o país conseguiu sair do mapa da fome, mas que em menos de quatro anos,
?o golpe impôs uma agenda perversa e retroagiu na questão?.

 Cortes em benefícios e programas sociais resultaram na
retirada de 1,1 milhão de famílias, cerca de 4,3 milhões de pessoas, a maioria
crianças do Bolsa Família. [Com o aprofundamento da crise pela política
econômica, cresceu o desemprego e vieram mais cortes. Os pobres estão pagando a
conta. A situação é caótica, isso tudo atrelado ao ódio que ficou do povo.
Desde o golpe de 2016 contra Dilma, a vida do povo pobre piorou muito. Se antes
tínhamos poder de compra, hoje devemos, pois os cortes em programas sociais
foram acentuados. Alguns, como o de obtenção de terras e o PAA tiveram cortes
de até 80?. Para Valmir, o país [pós-golpe] é comparável aos piores anos do
governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). [O investimento público do governo
Michel Temer [MDB] despencou após o golpe. O país teve, em 2017, a menor taxa
de investimento dos últimos 15 anos. E até as organizações Globo mostram isso].

 O deputado petista frisa que obras importantes de
infraestrutura do governo federal estão paradas por falta de recursos e que a
estagnação pode arruinar o desenvolvimento de quase duas décadas. [O país segue
para fechar o ano com as piores taxas de investimentos dos últimos 15 anos.
Durante os governos petistas de Lula e Dilma, as taxas se mantiveram altas, ano
após ano, mesmo em períodos de crise], aponta. Valmir também salienta o preço
do gás de cozinha e o aumento do uso da lenha e do carvão para cozinhar, já que
o preço do combustível está alto. [Por exemplo, um botijão de gás na grande São
Paulo custa R$ 68. Como é que uma família que ganha Bolsa Família, em média R$120,
vai conseguir sobreviver?]. O deputado também diz que a falta de acesso ao
botijão de gás representa a precarização nas condições de vida, além de
aumentar o risco de acidentes e prejuízos ambientais.

 [No país, foram 1,2 milhão a mais de pessoas que
passaram a usar lenha e carvão para preparar seu alimento. São dados de 2017 do
IBGE, publicados recentemente pela imprensa nacional. Subiu de 16,1 para 17,6
a parcela de lares que agora utilizam estas formas, justamente pelo desmonte na
cadeia produtiva de óleo e gás promovido pelo governo Temer], critica Valmir. [E
a região mais afetada foi o Nordeste, que segundo a pesquisa do IBGE tem mais
de 400 mil lares sem gás. O uso da lenha e do carvão passou de 22,1 para 24,1
nas residências. Tudo isso com o aval de Temer, que pediu para que mudasse a
política para a venda do Gás Liquefeito de Petróleo, cotando o combustível via
mercado europeu. O preço do botijão para o consumidor final ficou 16 mais caro
em 2017, e nos governos Lula e Dilma o preço esteve quase que congelado].
Valmir completa dizendo que o desemprego é de 12,6 e atinge 13,1 milhões de
trabalhadores, conforme o IBGE, e que esse número só faz subir. [O índice de
carteira assinada também caiu. É o menor nível de empregados com carteira
assinada desde o ano de 2012. 33,1 milhões de pessoas com registro no trimestre
encerrado até fevereiro de 2018]. (Vitor
Fernandes-Ascom).

Foto: Luis Macedo