Os
julgadores [ministro (a)] das instâncias superiores do país (STF e STJ), deixam
nas entrelinhas um pré-resultado do julgamento das ações que tramitam nos
poderes judiciários. Em instância menor, os pré-julgamentos ou julgamentos, só
são conhecidos após a decisão da autoridade judiciária. Já quando se trata dos
recursos impetrados em prol dos acusados da operação Lava Jato e Petrobras, começamos
a ver opiniões ou palpites dos julgadores sobre um provável resultado, ainda
enquanto os recursos transitam nas cortes. Diante disso, a sociedade civil faz
um juízo de valor e se manifesta através das redes sociais ou outros meios.
Ontem (24) em São Paulo, por exemplo, participando de um debate sobre fake news
(notícias falsas divulgadas via internet, geralmente por redes sociais) o
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, afirmou que,
mesmo sendo a favor da ficha limpa, pode ser obrigado a obedecer a uma Ordem do
Supremo Tribunal Federal (STF) e registrar a candidatura do ex-presidente Lula
nas eleições desse ano.
Vivemos
na era da inovação, informação e transparência, mas a guerra pela midiatização,
pelo foco da notícia, está superando, inclusive, as disputas internas de
magistrados. As decisões jurídicas nas instâncias superiores, que poderiam
manter-se na posição de instituições de vanguarda do país, estão no descrédito perante
a sociedade atual (jovens e adultos). E conseguem cair regularmente, diria, sem
medo de errar, a cada raiar de um novo dia. (Itamar Ribeiro-Republicação)