O Palácio do Planalto está na busca por presentes dados a
Lula e Dilma que desapareceram. Há dez dias, foi aberta uma investigação para
encontrar 712 itens registrados no acervo da Presidência da República. A caça
aos tesouros foi determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2016, a
partir de uma lista de presentes recebidos por Lula e Dilma durante os seus
mandatos.
Do Palácio da Alvorada, sumiram 391 objetos; já da Granja do
Torto, casa que fica à disposição dos presidentes, foi constatado o
desaparecimento de 114 itens. Somados, o valor desses bens chegaria a R$ 5,8
milhões.
A comissão responsável por identificar onde estão esses
objetos decidiu começar as buscas por locais onde foram guardados os bens pessoais
do ex-presidente Lula desde sua saída do Planalto, em 2010. Do total de itens
desaparecidos, 144 artigos ligados a Dilma Rousseff e já separados por seus
assessores serão recolhidos por um avião da Força Aérea Brasileira.
Outras 390 peças já foram encontradas por um grupo de
servidores do Planalto em caixas guardadas no Sindicato dos Metalúrgicos de São
Bernardo do Campo. A estimativa da comitiva é de encontrar 568 objetos no
local. Entre os itens desaparecidos estão três peças que compõem o acervo do
Museu de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Essas peças já foram devolvidas ao
museu.
Cofre recheado
Em 2016, um cofre em uma agência bancária de São Paulo foi
encontrado com presentes recebidos nos oito anos de mandato do ex-presidente
Lula. O cofre estava no nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia e no de Fábio
Luís Lula da Silva, o Lulinha. Entre as peças que chegaram ao local em 2011
estavam moedas de ouro com símbolos do Vaticano; um camelo de ouro; uma adaga
dourada com empunhadura de marfim cravejada de rubis; entre outros objetos.
O Instituto Lula afirmou na época que [a Presidência da
República catalogou todos os objetos de seu acervo e providenciou a mudança
para São Paulo] e que todos os objetos desta lista estavam [guardados,
preservados e intocados]. No entanto, a lei determina que os presentes trocados
entre chefes de Estado devem ser incorporados ao patrimônio da União.
Para constatar quais objetos haviam sumidos, o Tribunal de
Contas da União procurou órgãos de controle de patrimônio e registros do
Ministério das Relações Exteriores sobre as viagens oficiais dos presidentes ao
exterior e de visitas de líderes mundiais ao Brasil. Para evitar casos
semelhantes, a Corte determinou que o gabinete presidencial, o cerimonial do
Planalto e o cerimonial do Ministério das Relações Exteriores usem um
formulário para registrar todos os presentes recebidos pelos presidentes
durante eventos oficiais. (Diário do Poder).
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