Fachin nega quebra de sigilo telefônico de Temer, mas autoriza medida para ministros Padilha e Moreira

O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal,
negou a quebra do sigilo telefônico do presidente Michel Temer,
mas autorizou a medida para os ministros Eliseu Padilha
(Casa Civil) e Moreira
Franco
(Minas e Energia), ambos do MDB.

A quebra do sigilo foi pedida
pela Polícia Federal
no âmbito do inquérito
que apura o suposto pagamento de propina de R$ 10 milhões, pela Odebrecht, quando
o MDB comandava a Secretaria de Aviação Civil. 

Procurado, o advogado de Padilha, Daniel Gerber afirmou: [O
ministro nada deve, não está preocupado e se manifestará apenas nos autos]. O
G1
procurou a defesa de Moreira e aguardava resposta até a última
atualização desta reportagem. 

Em parecer ao Supremo, a procuradora-geral da República,
Raquel Dodge, defendeu a quebra de sigilo somente para os ministros, se
posicionando contra a medida no caso de Temer. 

Para Dodge, ainda não há indícios que vinculem o presidente
diretamente ao caso. 

Entenda

A Polícia Federal queria a quebra do sigilo do presidente
alegando que a medida possibilitaria verificar informações apresentadas nas
delações de executivos da Odebrecht. 

Em depoimento, Cláudio Mello Filho (ex-executivo da construtora)
afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que Temer
pediu em 2014 R$ 10 milhões
a Marcelo Odebrecht. 

Segundo Mello Filho, quando Temer ocupava a Vice-presidência
da República, ele compareceu a um jantar no Palácio do Jaburu, com a
participação de Marcelo Odebrecht, e do ministro Eliseu Padilha. 

Ainda de acordo com o delator, neste encontro, Temer solicitou
[direta e pessoalmente] a Marcelo Odebrecht apoio financeiro para as campanhas
do MDB em 2014. 

Sobre esse assunto, o presidente já admitiu que houve o
jantar, mas sempre disse que não falaram de valores. O inquérito investiga esse
suposto de pagamento de propina pela construtora na Secretaria de Aviação Civil
quando a pasta foi comandada pelo MDB. 

Esta foi a primeira vez que houve um pedido de quebra de
sigilo telefônico em uma investigação que envolve o presidente.  Por Camila Bomfim, TV Globo, Brasília

Foto: Alan Santos/PR)

 

 

 

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