A expectativa pela entrevista coletiva do técnico Tite após
a derrota para Bélgica e consequente eliminação na Copa do Mundo era grande.
Ainda que tenha feito um ótimo trabalho no ciclo pós 7 a 1, o treinador foi
constantemente questionado por certezas que custaram caro para a seleção, como
a manutenção de jogadores em fraco rendimento como Paulinho e Gabriel Jesus.
O que não se viu na coletiva desta sexta-feira (6), que se
limitou a uma análise sobre a derrota para a equipe européia. [O Brasil foi uma
equipe sólida e agressiva. Ficaram só equipes europeias na Copa agora. Das oito
nas quartas, seis eram. É normal o enfrentamento. Enfrentamos Rússia, Alemanha,
Croácia, Áustria, Inglaterra. Talvez não com o tempo necessário. Mas não foi
esse aspecto o determinante da eliminação], afirmou o técnico.
Para Tite, o Brasil fez uma boa partida mas esbarrou na
eficiência tática da Bélgica, que foi letal em suas ações. [A Bélgica teve três
finalizações e foi efetiva. Traduziu em gol suas chances. Mas quero pegar os
detalhes para falar da qualidade do jogo. É muito duro falar, mas foi um grande
jogo. Duas equipes com qualidade técnica impressionante. Com toda a dor que
estou sentindo, o amargo, a dificuldade de falar agora, quem gosta de futebol teve prazer de ver esse jogo], avaliou.
De acordo com o treinador, o time soube ter postura após
tomar o primeiro gol, categorizado por ele como [acidental], porém sofreu com a
não concretização das chances criadas.
[Não gosto de falar em sorte. Para mim é depreciativa.
Respeito quem pensa diferente. Esse circunstancial o jogo tem. Tem que
contextualizar. Mesmo absorvendo, tendo a chance de sair na frente, tomou dois
gols e manteve. Continuou criando. Mas o aleatório, o acidental. Ele existe. E
hoje ele bateu. Dói falar isso. Não é um desprezo à Bélgica. Uma grande equipe.
Mas o aleatório foi cruel conosco. Foi duro demais e duro de engolir], afirmou.
Futuro – O treinador foi questionado também se a duração do
ciclo, afinal pegou a seleção na metade das eliminatórias, teria sido um fator
preponderante para a eliminação. Para o treinador, a relação entre tempo e
entrosamento é essencial.
[Toda vez que um técnico consegue desenvolver o trabalho com
um tempo maior, ele consegue desenvolver melhor. Não só em seleção, no clube também. Quando
mais tempo com o atleta, mexe mais com o técnico, o emocional. Entre o ideal e
o real? A minha realidade foi assumir no meio do caminho e o fiz de coração
aberto. Primeiro jogo oficial que a gente perde], afirmou antes de se esquivar
sobre o futuro na seleção.
[Não falo absolutamente nada a respeito de futuro. É um
momento de emoção]. (Bahia.ba)
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