Após quatro anos do
acidente aéreo que matou, em Santos, o ex-governador de Pernambuco Eduardo
Campos, a Polícia Federal apontou os fatores que podem ter derrubado o avião:
falha mecânica, desorientação espacial ou até mesmo o choque com um pássaro.
O relatório final,
que será encaminhado ao Ministério Público, não indica de maneira conclusiva,
entre as hipóteses levantadas, qual seria a mais provável. De acordo com o
inquérito, pode ter ocorrido uma combinação de fatores.
Em relação a
problemas mecânicos, os peritos detectaram a possibilidade de alterações no
[profundor] ou no [compensador], que ficam na cauda da aeronave.?
A investigação
aponta que a falha desses dois equipamentos pode acarretar uma subida ou
descida acentuada do avião.
Na manhã desta
segunda-feira, o resultado da Polícia Federal foi apresentado à Família Campos.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, também estava presente.
João Campos, filho
de Eduardo Campos, falou sobre a apresentação da Polícia Federal. [A
investigação está concluída. Demorou muito porque foi a melhor possível. O
delegado nos apontou quatro hipóteses. Podem ter ocorrido todas ou uma
combinação. Não tem como saber o que houve], disse.
Foram produzidas
mais de quatro mil páginas sobre o acidente. O irmão de Eduardo Campos, Antônio
Campos, disse querer aprofundar se as possíveis falham mecânicas foram
[tecnicamente preparadas].
A investigação descarta
a hipótese de sabotagem. [É preciso muita serenidade e seriedade neste momento],
declarou João Campos.
Em janeiro de 2016,
a Aeronáutica atribuiu a queda à falha dos pilotos durante o pouso em condições
climáticas adversas.
Segundo o Cenipa, a
falta de conhecimento da aeronave e da área de pouso, além de erros de
julgamento sob estresse fizeram com que os pilotos perdessem o controle da
aeronave após arremeterem.
De acordo com as
investigações conduzidas na época pelo tenente-coronel Raul de Souza, o
comandante do voo teria ignorado as recomendações de pouso do fabricante do
modelo. A família dos pilotos rebateu, em 2016, o laudo apresentado.
Eduardo Campos
morreu em Santos (SP), em 13 de agosto de 2014, às 10h03, após o avião em que
voava, um Cessna Citation modelo 560XLS, de prefixo PR-AFA, cair num bairro
residencial.
Além do pessebista,
do piloto e do co-pioloto, morreram também os assessores Pedro Valadares e
Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo e o cinegrafista Marcelo
Lira.
Campos tinha 49
anos e era candidato à Presidência da República pelo PSB. Após sua morte,
Marina Silva, postulante a vice, assumiu a candidatura e terminou as eleições
em terceiro lugar. (Folhapress)
Foto: Gilberto Júnior / Arquivo