Unidos na chapa presidencial do PSB, Beto Albuquerque e
Marina Silva têm demonstrado pontos de vistas divergentes. O deputado federal
defendeu no parlamento projetos totalmente opostos às ideias de sua parceira de
partido. Destacam-se: casamento gay, energia nuclear, demarcação de terras
indígenas como atribuição do Congresso e a indústria do tabaco.
Em 2003, Albuquerque apoiou requerimento do deputado Sarney
Filho (PV-MA) pedindo a realização de audiência pública na Câmara para discutir
o ?potencial técnico e econômico extraordinário a ser desenvolvido pelo Brasil
na área nuclear? a partir de Angra 3. Marina refutou a energia nuclear na sua
campanha de 2010. Ela voltou a confrontar a fonte energética em 2011, após o
acidente na usina de Fukushima, no Japão, sugerindo um plebiscito sobre o tema.
Segundo Marina, na ocasião, a ?sensação de segurança e controle com essas
usinas é uma ilusão?.
Outro tema polêmico defendido por Albuquerque que se choca
com a colega de chapa é a defesa da indústria do cigarro. Ele foi um dos
deputados que assinaram, em 2003, requerimento de instituição de CPI para
apurar o contrabando e falsificação de cigarros ? reivindicação do setor
tabagista. Albuquerque já reconheceu publicamente ter recebido doação de
campanha de produtores de fumo do Rio Grande do Sul, Estado pelo qual cumpre o
quarto mandato. Na contramão, Marina proibiu seu comitê de campanha de receber
doações de qualquer elo da indústria tabagista.
Albuquerque também foi um dos deputados a apoiar quatro
propostas de emenda constitucional sobre demarcação de terras indígenas. Em
duas delas, subscreveu propostas de colegas repassando a demarcação de terras
indígenas para ?audiência das Assembleias Legislativas dos Estados em cujos territórios
incidam?. Em outras duas, defendeu que a demarcação deve se submeter ao
Congresso. Em ambos os casos, a demarcação de reserva indígenas deixa de ser
prerrogativa do Poder Executivo, como defende a bancada ruralista. Marina não
assumiu ainda posicionamento claro sobre o tema nesta campanha. Em maio deste
ano, conforme texto publicado em sua página no Facebook, a candidata se referiu
à proposta que submete a demarcação ao Congresso como ?ameaça aos direitos
adquiridos pelos indígenas?.
O vice de Marina também apoiou um projeto de decreto
legislativo (PDC 276), proposto pelo deputado Adelor Vieira (PMDB-SC), em 2005,
sugerindo a realização de plebiscito sobre casamento entre pessoas do mesmo
sexo. A presidenciável do PSB, contudo, reconhece o casamento como
?sacramento?, ou seja, um ato religioso. Marina afirmou, durante a campanha de
2010, que seria favorável à extensão dos ?direitos civis? para casais
homossexuais. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.