O varejo brasileiro perdeu, em média, 1,29 do faturamento
no ano passado em prejuízos com falhas no manuseio de produtos, vencimento de
mercadorias ou furtos. Os dados são da Associação Brasileira de Prevenção de
Perdas (Abrappe) e reuniu 100 empresas de 11 segmentos diferentes. O valor equivalente
das perdas alcança R$ 19,5 bilhões da receita do setor em 2017. De acordo com a
associação, o montante seria suficiente para ?criar? a sexta maior empresa
varejista do Brasil em faturamento. A receita total do setor no ano passado foi
R$ 1,51 trilhão.
Segundo o presidente da Abrappe, Carlos Eduardo Santos,
disse que o índice já indicava tendência de queda nas apurações anteriores,
quando a média ficou em 1,40 , em 2015, e 1,32 , em 2016. Entretanto, a
pesquisa nos anos anteriores era produzida pela Comissão de Prevenção de
Perdas, Auditoria e Gerenciamento de Riscos (CPAR) ? organização que já reunia
os membros que hoje fazem parte da associação ? com a mesma metodologia, mas
com oito segmentos.
Entre os motivos que explicam a redução das perdas, na
avaliação de Santos, estão os investimentos feitos pelas empresas, mas também a
crise econômica. ?Estamos em um período de retração e quando isso acontece a
empresa olha para dentro de casa para melhorar a sua eficiência. Então isso se
confirmou pelo resultado médio?, disse. Ao reduzir as perdas, as empresas
garantem a manutenção da margem de lucro.
Dos segmentos analisados apenas o de supermercados e o de
livrarias/papelarias tem percentual de perdas acima da média nacional. No
varejo supermercadista, as perdas representam 1,94 do faturamento, sendo 1,03
referente a quebras operacionais (produto vencido, dano causado pela
manipulação, entre outros). No caso das livrarias, o percentual é de 1,46 . Desse
total, 0,88 corresponde a perdas não identificadas, como furtos, rupturas e
erros de estoque.
Os demais setores por volume de perdas são varejo de
esportes (1,21 ), moda (1,20 ), drogarias (1,13 ), atacarejo [neologismo que
designa uma forma de comércio que reúne atributos do atacado e do varejo]
(1,05 ), construção e lar (1,04 ), magazines (0,84 ), perfumaria (0,70 ),
calçados (0,53 ) e eletromóveis (0,34 ). Em relação ao tipo de perda no total,
as quebras operacionais representam 35 , os furtos externos, 24 , e os furtos
internos, 15 . Somadas, as modalidades de furto alcançam 39 . Erros de
inventários e erros administrativos aparecem em seguida, com 10 e 9 ,
respectivamente. (Bahia Economica).
Foto: Bahia Economica