Lava Jato pede mais uma condenação para Vaccari

Em alegações finais, a força-tarefa da Operação Lava Jato
pediu ao juiz federal Sérgio Moro condene, mais uma vez, o ex-tesoureiro do PT
João Vaccari Neto. 

Corrupção passiva envolvendo supostos esquemas de desvios de
contratos para o afretamento de navios sondas do grupo Jurong com a Petrobrás,
por intermédio da Sete Brasil seria o motivo da condenação nesta ação, que pede
ainda que sejam sentenciados o ex-gerente da área internacional da Petrobrás
Eduardo Musa, o ex-diretor de Serviços da Estatal Renato Duque, e o lobista
Guilherme de Jesus. 

Para a força-tarefa, segundo o Estadão, Vaccari [teve
atuação significativa na implementação da Sete Brasil, bem como possuía, dentro
da organização criminosa, elevado e preponderante poder de decisão sobre a
forma como seria pactuada e destinada a propina recebida]. 

[Além de arrecadar os recursos ilícitos destinados ao
partido, exercia papel relevante na manutenção política dos funcionários corruptos
em seus postos estratégicos]. Segundo a denúncia, que repete a exposição de um
cenário já acusado pela Lava Jato, 2/3 da propina eram destinados ao Partido
dos Trabalhadores e 1/3 para os funcionários da Petrobras e da Sete
Brasil. 

Em depoimento, o ex-diretor Pedro Barusco afirmou que a
divisão era acertada entre ele, Vaccari e Duque. Segundo o Ministério
Público Federal, Vaccari, [na condição de tesoureiro do Partido dos
Trabalhadores e de articulador do recebimento da vantagem indevida por essa
agremiação, mantinha-se próximo a João Ferraz e Pedro Barisco (na Sete Brasil)
e, na Petrobrás, a Renato Duque não apenas para estruturar a seu lado o esquema
de solicitação e recebimento de vantagens indevidas, mas também para assegurar
que parte dos valores fosse efetivamente repassada à agremiação partidária]. 

Nos autos, o advogado Luiz Flávio Borges DUrso, que defende
o ex-tesoureiro do PT, afirmou que o [vício revelado na denúncia não se
restringe apenas à falta de comprovação da materialidade delitiva, pois se
estende também à própria indicação de elementos de autoria, também
inexistentes. 

O ex-tesoureiro do PT foi preso no dia 15 de abril de 2015,
por decisão do juiz federal Sérgio Moro, na 12ª fase da Operação Lava Jato.

O petista foi absolvido duas vezes e condenado uma vez em
segunda instância. Na ação condenatória, os desembargadores aumentaram de 10
para 24 anos a pena do tesoureiro do PT.

O petista ainda está condenado a 6 anos e 8 meses (setembro
de 2016), de 10 anos (fevereiro de 2017) e de 4 anos e 6 meses (junho de 2017)
pelo juiz federal Sérgio Moro. (BNews)

Foto: Arquivo/Agência Brasil