O Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindipol) e a
Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Adepol) do Rio de Janeiro
divulgaram nesta sexta-feira (2) uma nota de repúdio na qual criticam o
ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, segundo o jornal Extra.
As entidades protestaram contra as declarações do ministro
de que há suspeitas de envolvimento de autoridades de segurança do Rio em
um esquema para dificultar a investigação do assassinato da vereadora Marielle
Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, em março.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (1º) em Brasília,
Jungmann informou que a Polícia Federal vai instaurar inquérito para apurar o
caso.
[Serão duas duas investigações em paralelo. Criamos um eixo
que vai investigar exatamente aqueles estejam dentro da máquina pública,
portanto agentes públicos, sejam aqueles que estão ligados ao crime organizado
ou a interesses políticos que tentam para impedir que seja elucidado esse
crime], declarou o ministro.
Também na quinta, em entrevista ao Globo, autorizada pela
direção do presídio federal onde está preso, no Rio Grande do Norte, o
miliciano Orlando Curicica, suspeito de envolvimento nos homicídios, disse que
a Polícia Civil do Rio não tem interesse em elucidar o caso.
Na nota de repúdio, as entidades acusam o titular da pasta de
Segurança Pública de querer [capitalizar dividendos políticos].
[Desta vez, com base em uma denúncia formulada por um
miliciano homicida desacompanhada de qualquer outro elemento de prova que
pudesse ratificar suas declarações e que ataca a própria Delegacia de
Homicídios responsável por sua prisão, o ministro Raul Jungmann, dando maior
credibilidade à palavra do referido criminoso em detrimento de agentes do Poder
Público de notória história de combate à criminalidade, se apressa em expor e
por em cheque a credibilidade das investigações, de uma instituição
bicentenária como a PCERJ, da Divisão do Homicídios e de grandes profissionais
que têm suas biografias dedicadas à sociedade e a proteção de direitos], diz
trecho da nota. (bahia.ba)
Foto: Renan Olaz / Câmara do Rio