Reeleito com 75 por cento dos votos, o governador Rui Costa
já começa a desenhar sua nova gestão que se inicia no dia 1º de janeiro e já
antecipou, inclusive, que enviará à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) um
projeto que alterará a estrutura no governo, de forma a manter o
equilíbrio fiscal.
A reformulação, consequentemente, reduzirá os espaços a
serem ofertados aos seus aliados, embora o arco de apoio tenha aumentado nessa
eleição. Rui coligou com 14 partidos nessa eleição. Presidentes das
principais legendas, entretanto, asseguram que não reivindicarão mais espaço e
que essa decisão ficará a cargo do governador, porém não negam que se houver
oferta não se furtarão em recebê-las.
Tamanho dos partidos também não deixaram de ser
frisados. Fizeram parte da coligação: o PDT, Podemos, Avante, PMB, PTC,
PMN e Pros, além de PT, PSD, PP, PC do B, PSB, PR e PRP.
Em conversa com o BNews, o presidente do PCdoB,
Davidson Magalhães, por exemplo, afirmou que a sigla não tomou nenhuma decisão
neste sentido ainda. Porém, deixa claro que é preciso levar em consideração o
crescimento que obtiveram.
[Nós não temos nenhuma decisão do partido ainda. A condução
será feita por mim. O que tem é que depois da última eleição nós crescemos:
fizemos cinco deputados estaduais, três federais, crescemos muito a nossa votação
e é preciso levar isso em consideração. Mas essa discussão precisa ser feita
com unidade. Vamos ouvir primeiro o governador que é o condutor do processo e
discutir dentro de um consenso], minimizou, sem deixar de mandar o
recado.
Atualmente os comunistas detém o comando da Secretaria do
Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Secretaria de Políticas Públicas
para Mulheres e a Bahiagás.
[Um óasis] – Da mesma forma, o presidente do PDT
Félix Mendonça Júnior, cujo partido tende a criar um bloco independente no
Congresso Nacional excluindo o PT, disse que essa questão era uma escolha do
governador.
[Claro que sempre o partido quer mais, elegeu um deputado
federal a mais, manteve o número de estaduais, aumentou o número de votos, mas
volto a dizer a questão é do governador], minimizou. O PDT indicou nomes para a
Secretaria de Agricultura, CBPM e Ibametro.
Sobre a aliança em âmbito estadual classificou com um
[óasis]. [Não temos nenhum problema. Está tudo tranquilo. É um oásis],
assegurou.
O líder do Podemos na Bahia, deputado federal reeleito
Bacelar, declarou que o seu grupo está satisfeito com o espaço que possui:
apenas o Detran.
[Nós estamos satisfeitos com o espaço que nós temos. Ampliar
e remanejar são decisão do governador que acataremos com entusiasmo], disse,
não deixando de admitir que [se ele [Rui] precisar de quadros para outras ou
novas funções nós temos também].
[Não enjeitarei], disse Isidório – Já o líder do
Avante na Bahia, deputado estadual Sargento Isidório, eleito deputado federal,
cuja votação dele e de filho, João Isidório, eleito deputado estadual, bateram
recordes, afirmou não poder cobrar nada do governador pela gratidão ao apoio
que o governo dá ao seu projeto social: a Fundação Dr. Jesus.
Mas afirmou que se for escolhido pelo petista [não
enjeitará] a proposta. [Eu não posso cobrar nada do governador porque fui bem
votado, porque meu filho foi bem votado. Tenho consciência que a votação que
tivemos foi mão de Deus, dedo do povo, de todo povo da Bahia, mas também
reconheço todo o apoio que recebo do executivo estadual, pois nunca tive apoio
da prefeitura de Salvador e nem do Governo Federal], contou, questionando [como
posso exigir isso do governador].
Ao final, não hesitou em afirmar que [Se me Rui me chamar
para ser secretário eu quero. Não recuso, enjeito, mas não tenho o
direito de exigir barganha, mas se entender que eu cresci, que crescemos, que
devo ficar com ele na Bahia contra o presidente eleito [Jair Bolsonaro] eu vou],
admitiu.
Por fim, o presidente do PR na Bahia, José Carlos Araújo
elencou que Rui [é o senhor da razão] e o debate será feito com
ele. [Logicamente, vamos ouvir o governador. Ele é o senhor da
razão. Temos uma aliança e temos que discutir com ele, saber o que ele quer
para o PR e nós vamos ouvi-lo], disse.
Conforme ele, o partido possui apenas a Secretaria de
Turismo e uma diretoria na Conder como cota.
[Mas o arco de aliança de Rui é muito grande e ele tem que dividir o Governo
com todo mundo. Isso já vem de algum tempo para cá, alguns aliados já estavam
grandes e o PR vem crescendo aos poucos. Tivemos uma conversa antes das
eleições e ficamos de conversar após. Temos que aguardar. A política é arte de
conversar], reforçou, descartando a possibilidade de ruptura com o governo.
[Não se cogita isso].
PT na briga pela AL-BA – O PT, partido de Rui,
detentor de maior espaço no governo, por sua vez, terá uma reunião para tratar
do assunto somente na segunda quinzena de novembro. Na pauta o presidente
estadual, Everaldo Anunciação não esconde, que brigarão pela presidência da
Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
O nome do deputado estadual, Rosemberg Pinto, conforme ele,
já foi disponibilizado como representante do partido na disputa. Quanto ao PP e
PSD também se colocarem no páreo, afirma que vai prevalecer o
consenso.
[Nós vamos ter reunião da executiva na segunda quinzena de
novembro e partir daí vamos começar a desenhar esse período. Vamos ouvir Rui,
vamos iniciar uma conversa.
Quando construímos consenso o resultado é bom para todo mundo. Isso precisa ser
preservado. Não se pode ter hegemonia sempre], disse, referindo-se ao embate na
AL-BA.
O PT possui o comando das pastas da Cultura,
Desenvolvimento Econômico, Sepromi, Desenvolvimento rural, Meio Ambiente,
SJDHDS, Promoção da Igualdade Racial, Serin e das autarquias: CAR, Inema
e Agersa. (Fernanda Chagas-BNews).
Foto: Matheus Pereira/Divulgação