Novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco é defensor da privatização da estatal

A assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes,
confirmou nesta segunda-feira (19) que o economista Roberto Castello Branco
será o novo presidente da Petrobras. De perfil liberal, a exemplo de Guedes,
Castello Branco é defensor da privatização da empresa e de outras estatais.

Em artigo publicado na Folha de S.Paulo em
2 de junho, o economista defendeu a privatização da companhia ao criticar a
intervenção do governo Michel Temer no preço do óleo diesel para acabar com
greve
dos caminhoneiros
, que prejudicou o abastecimento no país por dez dias
em maio.

[Uma das lições que se tira desta crise é a urgente
necessidade de privatizar não só a Petrobras, mas outras estatais], escreveu. [É
inaceitável manter centenas de bilhões de dólares alocados a empresas estatais
em atividades que podem ser desempenhadas pela iniciativa privada, enquanto o
Estado não tem dinheiro para cumprir obrigações básicas, como saúde, educação e
segurança pública, que até mesmo tiveram recursos cortados para financiar o
subsídio ao diesel], ressaltou.

Ainda no artigo, Castello Branco disse que os políticos e
parte da opinião pública elegeram a política de preços da Petrobras, cujo
responsável era seu presidente, Pedro Parente, como [culpada] pela greve dos
caminhoneiros.

Mercado de combustíveis

[Ninguém se deu ao trabalho de observar que o preço do óleo
diesel no Brasil é inferior à média global, US$ 1,02 contra US$ 1,07 (dados de
28 de maio da Global Petrol Prices). No caso do diesel, embora seguindo o
mercado global, é o comitê de uma única empresa, uma estatal dona de 99 do
refino, quem anuncia os preços. Essa é mais uma razão para privatizar a
Petrobras. Precisamos de várias empresas privadas competindo nos mercados de
combustíveis.]

Chicago

Assim como Paulo Guedes, Roberto Castello Branco fez
pós-doutorado na Universidade de Chicago e tem grande experiência nos setores
público e privado. Ele já ocupou cargos de direção no Banco Central e na
mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobras e
desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás. Atualmente é
diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento da Fundação
Getulio Vargas (FGV).

Com Roberto Castello Branco começa a ganhar corpo a nova
equipe econômica. Na semana passada, Paulo Guedes já havia anunciado as
indicações de Joaquim Levy para o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) e Roberto Campos Neto para a presidência do Banco
Central, além da permanência de Mansueto Almeida à frente da Secretaria do
Tesouro Nacional.

Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria de Paulo
Guedes:

[O futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou
ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, a indicação para a presidência da
Petrobrás de Roberto Castello Branco, que aceitou o convite. Economista, com
pós-doutorado pela Universidade de Chicago e extensa experiência nos setores
público e privado, Castello Branco já ocupou cargos de direção no Banco Central
e na mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobrás e
desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás. Atualmente é
diretor no Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da
Fundação Getúlio Vargas. O atual presidente da Petrobrás, Ivan Monteiro, permanece
no comando da estatal até a nomeação do novo presidente.] (Edson Sardinha – Congresso em Foco).

Foto: Vale