João de Deus abusava e depois dava presente às vitimas, diz delegado

O delegado Valdemir Pereira que acompanha em Abadiânia as
denúncias contra João Teixeira de Farias, o João de Deus, de 76 anos, descreveu
o modus operandi do médium nos crimes sexuais dos quais é acusado. Ele afirmou
que João de Deus tinha como [prática] cometer o abuso e depois dar presentes às
vítimas.

No caso mais recente, que resultou ontem no indiciamento do
médium por violação sexual mediante fraude, com pena entre 2 a 6 anos de
prisão, o delegado disse que João de Deus agiu da mesma forma. Após o abuso, o
médium pediu que a mulher escolhesse um dos quadro expostos.

O delegado afirmou, em entrevista coletiva, que a mulher de
39 anos contou ter sido abusada sexualmente em outubro deste ano, enquanto se
submetia a tratamento na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. De acordo com
ele, a vítima ainda está abalada com o que sofreu. Valdemir Pereira e policiais
acompanharam a mulher até o centro espiritualista onde ela mostrou a sala na
qual disse ter sido agredida pelo médium.

O médium está preso preventivamente no Complexo Prisional de
Aparecida de Goiânia. O Supremo pode decidir hoje sobre pedido de liberdade.

Detalhes

A TV Anhanguera, de Goiânia, teve acesso ao depoimento da
mulher. Nele, a vítima disse que agressão ocorreu em 24 de outubro. No relato,
ela contou que o médium apagou a luz da sala enquanto estava sozinho com ela,
depois passou a massageá-la abaixo do ventre e pediu que mexesse o quadril, em
seguida tentou encostar.

No depoimento, a vítima afirmou também que João de Deus
pediu que ela o massageasse na barriga e, em seguida, ela percebeu que ele
estava com o órgão sexual exposto.

Outros crimes

O Ministério Público de Goiás continua recebendo relatos de
possíveis crimes sexuais cometidos pelo médium no estado e em outros países.
Alguns, de acordo com integrantes da força-tarefa que investiga as ações, podem
ter prescrito. Mas serão úteis nas apurações, pois pode servir de material
probatório.

Para promotores que atuam na força-tarefa das investigações,
João de Deus pode ser indiciado por três crimes distintos – violação sexual
mediante fraude, estupro e estupro de vulnerável.

A Polícia Civil também instaurou inquérito para investigar a
origem de cinco armas e R$ 405 mil (em reais e moeda estrangeira), localizados
em uma das propriedades de João de Deus. (Agencia Brasil).

Foto: Divulgação