Inteligência da PF informou autoridades bolivianas sobre fuga de Battisti para o país

A área da inteligência da Polícia Federal (PF) informou as
autoridades bolivianas que o italiano Cesare Battisti tinha fugido para a
Bolívia nas últimas semanas, ajudando na captura por meio dessas informações.

Segundo informado ao blog, os dados foram
repassados tanto ao adido da PF na região, o oficial de ligação da polícia
brasileira na Bolívia, quanto propriamente às autoridades bolivianas, numa ação
de cooperação internacional.

[A gente tinha elementos, uma hipótese sólida de que ele
havia ido para a Bolívia e passamos esses dados ao adido e às autoridades
bolivianas], informou à coluna uma autoridade policial brasileira.

A própria Polícia Italiana também tinha os dados da fuga de
Battisti para a Bolívia, e cooperando com o Brasil de forma coordenada, ajudou
a Bolívia, de acordo com a mesma autoridade policial.

Municiadas dessas informações repassadas pela PF brasileira
e pela polícia italiana, as autoridades da Bolívia começaram as buscas por
Battisti em seu país. A diligência em si que terminou com a prisão, contudo,
foi exclusiva da polícia boliviana.

Essa troca de informações foi constante na área de
inteligência dos três países nos últimos dias. E a hipótese da ida para a
Bolívia, e a permanência em em Santa Cruz de La Sierra, ganhou corpo à medida
que uma equipe grande de agentes de inteligência atuava no caso.

Entenda o caso

Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob
a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália nos anos 1970. Ele
fugiu por vários países até chegar ao Brasil há mais de uma década.

Em entrevista a este blogueiro em 2009, Battisti afirmou que se
fosse extraditado para a Itália seria morto
. Ele diz não ter
envolvimento com os homicídios.

Em 2010, o ex-presidente Lula negou a extradição do antigo
ativista político, mas sua situação jurídica mudou no Brasil. Battisti era
considerado foragido desde o último dia 14 de dezembro, quando o então
presidente Michel Temer assinou o decreto de extradição do italiano. (Matheus
Leitão ? B.1)

Foto: Polizia di Stato/Reprodução