Para aprovar MP da reforma administrativa, Bolsonaro dá aval a recriação de dois ministérios

O Palácio do Planalto avalizou o desmembramento do
Ministério do Desenvolvimento Regional em duas pastas, Cidades e Integração.
Isso vai constar no texto do senador Fernando
Bezerra
 
(MDB-PE), que relata a Medida Provisória da reforma
administrativa. As pastas haviam sido extintas pelo presidente Jair Bolsonaro
na transição do governo, no fim do ano passado. Ele acabou cedendo para
conseguir aprovar a proposta.

“Hoje de manhã, em reunião com o presidente da
República [Jair
Bolsonaro
] e com o ministro Onyx [Lorenzoni, da Casa Civil], ficou
decidido que o ministério do Desenvolvimento Regional vai ser
desmembrado”, destacou.

Segundo o líder do governo no Senado, a medida está entre as
muitas reivindicações de mudanças no texto original da MP 870 que chegou ao
Congresso, mas o governo decidiu ceder para facilitar a aprovação na comissão
especial.

Em contrapartida, para manter em 22 o número de ministérios,
o relator lembra de acordos com a Câmara para que os deputados votem projeto
que dê autonomia ao Banco Central, tirando assim o status de ministério da
autarquia.

O senador acredita que, no colegiado, formado por deputados
e senadores e onde a proposta deve ser votada nesta quarta (8), o governo tenha
um placar favorável apertado de, no máximo, dois votos. Após a análise na
comissão especial, a MP ainda precisa ser analisada nos plenários da Câmara e
do Senado.

Dois dos pontos mais polêmicos são o fim do Ministério do
Trabalho, cujas atribuições foram distribuídas em três pastas (Economia,
Justiça e Cidadania), e a transferência da Cultura para o Ministério da
Cidadania.

Mais uma resistência que a MP vai enfrentar, Bezerra sabe,
diz respeito à permanência do Coaf, o Conselho
de Controle das Atividades Financeiras, no Ministério da Justiça, com Sérgio
Moro. Para alguns parlamentares o órgão deveria ser transferido ao Ministério
da Economia. (Débora Alves-Congresso em Foco)

Foto: Wikimedia Commons