FHC articula apoio de Marina Silva a Aécio no 2º turno

O biólogo João Paulo Capobianco, aliado de Marina Silva,
confirmou nesta segunda-feira que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) entrou em contato com interlocutores da ex-ministra. Capobianco disse
também que representantes do PT entraram em contato. Ele, porém, não quis dar
outros nomes envolvidos nessas conversas. |Várias pessoas conversaram com várias
pessoas do PSDB|, afirmou. Sobre o contato com FHC, Capobianco disse que foi
uma conversa rápida e informal e que, quando for feita uma interlocução formal,
ela se tornará pública.

Capobianco participava de uma reunião com lideranças da
Rede Sustentabilidade, projeto de partido de Marina, e com líderes do PSB. O
biólogo repetiu indicações dadas pela candidata que apontam para uma parceria
com Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, sem, contudo, responder diretamente
sobre a tendência do grupo. |É necessário haver sinalização. O PSDB precisa
sinalizar?, disse em relação a um processo que os marineiros vêm chamando de
|mudança qualificada|.

Segundo Capobianco, entre os pontos fundamentais do
programa de governo que o grupo pretende levar para um eventual apoio de
segundo turno está a melhoria dos processos democráticos, como o fim da
reeleição e a revisão do critério para distribuição do tempo de horário
eleitoral, hoje determinado pela coligação partidária. Ele citou também como
centrais as propostas para educação e sustentabilidade.

O aliado de Marina ressaltou que há uma discussão em
andamento e não há qualquer direcionamento formal da ex-ministra ou da
coligação que a apoiou nessa disputa presidencial. |Não é natural o apoio ao
PSDB ou o apoio a ninguém. Não há alinhamento automático|, afirmou. Mas disse
que ?neutralidade? não é uma palavra no dicionário deles e admitiu que há uma
avaliação de que |não dá mais para ter quatro anos deste governo|, em
referência ao governo Dilma Rousseff (PT).

Questionado sobre o programa de governo apresentado por
Aécio, Capobianco disse não ter lido e considerar que não foi um documento
formal apresentado à sociedade. Aécio apresentou o programa de forma
fragmentada via redes sociais na última semana antes do primeiro turno. (Ana
Fernandes e Isadora Peron, AE)