O senador Angelo Coronel (PSD-BA)
não ficou satisfeito com as explicações apresentadas pelo ministro da Justiça,
Sérgio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Depois que Coronel apresentou
requerimento para que Moro viesse ao Senado, o ex-juiz se ofereceu para vir
explicar o vazamento do que seriam conversas entre ele o procurador do
Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, chefe da operação Lava-Jato.
“O ministro não quer esclarecer
os fatos, deixando o país nesse sangramento”, resumiu Angelo Coronel a
impressão que teve sobre o que disse Sérgio Moro à CCJ.
O senador quis saber se Moro
autorizaria o Telegram a divulgar suas mensagens e o ministro respondeu que
elas não existem mais, explicando que não usa o aplicativo desde 2017, mas não
deixou claro se deletou as suas conversas antes de parar de usá-lo.
“Nos servidores do Telegram, que
ficam na Rússia, eles ficam com as mensagens arquivadas de todo mundo, todo
cidadão que participa do Telegram. Eu não quero o celular do ministro Moro, eu
quero o conteúdo das mensagens, que está arquivado na Rússia” insistiu Angelo
Coronel
O senador perguntou, duas vezes,
se Moro recomendaria ao procurador Deltan Dallagnol entregar as mensagens
trocadas com ele, mas o ministro não respondeu.
“Se ele está se esquivando em
autorizar o Telegram a divulgar as mensagens e a pedir que o Dallagnol faça o
mesmo, fica caracterizado que tem culpa no cartório”, acredita Coronel,
acrescentando que “se forem comprovadas essas mensagens, ele (Moro) agiu com
total parcialidade. Ele não foi juiz, ele foi parte. Se forem comprovadas essas
mensagens, ele agiu em conluio com o Ministério Público”.
Angelo Coronel deixou claro que
não faz críticas à Lava-Jato, reconhecendo que a operação reduziu muito a
corrupção, “mas estamos focando na maneira como está se agindo. O que nós
queremos saber é se as mensagens que ele trocava com o Dallagnol são ou não
verdadeiras”, argumenta o parlamentar baiano.
Para o senador, Moro é quem
desvirtua os fatos ao dizer que querem acabar com a operação. (Ascom)
Foto: Ana Luisa Sousa