Ao contrário dos lojistas, que
comemoraram a decisão federal que expande para mais setores da
economia a autorização para que os trabalhadores operem aos domingos e
feriados, os comerciários baianos repudiaram a medida.
Em entrevista ao bahia.ba,
o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio da Cidade de Salvador,
Renato Ezequiel, disse que a medida “beneficia automaticamente os patrões”.
“É mais um jogo pesado contra os
trabalhadores. Essa posição do governo é equivocada, foi a mesma posição
do prefeito de Salvador, com a lei municipal que libera a abertura do comércio
aos domingos. Isso libera a abertura do comércio, mas o acordo tem que ser
com os sindicatos. Só se abrir as portas, sem trabalhador. Porque se tiver
qualquer trabalhador, vai ter que ser mediante acordo”, garantiu.
Para Ezequiel, ao contrário do
que defende o governo federal, a determinação não vai gerar mais emprego e
renda. “Os trabalhadores iriam laborar dia de domingo e feriado sem nenhuma
remuneração. E nós entendemos que qualquer trabalho não remunerado seria um
trabalho escravo. Iríamos voltar ao período neocolonial, o que seria uma
complicação em pleno século XXI. Essa decisão não vai afetar a convenção
coletiva, porque o laboro já é garantido e está convencionado entre patrões e
trabalhadores”, afirmou.
Entre o final de 2018 e ao longo
do primeiro semestre deste ano, lojistas e comerciários travaram uma batalha para que fosse feita uma nova Convenção Coletiva de
Trabalho. Ao longo desse período, o comércio chegou a ficar fechado por
diversas vezes em domingos e feriados, por decisão da 18ª Vara do
Trabalho de Salvador. (Rayllanna Lima – bahia.ba).
Foto: Rayllanna Lima/bahia.ba