Com novo Congresso, |risco de retrocesso é real|

A redução das bancadas de esquerda e centro-esquerda na
Câmara ? que perderam no último domingo 20 das cadeiras que haviam obtido nas
eleições de 2010 ? e a vitória eleitoral de vários parlamentares identificados
com o ultraconservadorismo serão um sério entrave à aprovação de propostas em
áreas como relações homoafetivas, aborto, células-tronco e maioridade penal,
afirma em entrevista em vídeo ao Congresso em Foco o diretor de Documentação do
Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de
Queiroz.

Nesses temas, na opinião dele, o |risco de retrocesso é
real| em razão do perfil do novo Congresso. Um Congresso cujos campeões de
votos são, em grande parte, políticos |linha-dura|, que pregam o
conservadorismo moral e privilegiam a defesa da repressão contra o crime. Com
muitos parentes de políticos, acentuando o peso de oligarquias. Com mais
evangélicos (aumentaram para mais de 80). Menos sindicalistas (caíram para
menos de 50). E com ainda maior dispersão partidária (saltou de 22 para 28 o
número de partidos com assento no Legislativo).

Para o diretor do Diap, o apoio desse Congresso será
fundamental para enfrentar os atuais desafios econômicos do país. |Seja quem
for o eleito [Aécio ou Dilma], vai ter que fazer um ajuste muito duro, muito
drástico nas contas públicas|, afirma. Ele também fala sobre PT e corrupção e
diz que, devido à experiência dos seus quadros, o PMDB continuará a ter |um
papel estratégico| nos próximos quatro anos. (Congresso em Foco)