Glenn Greenwald revela conversa com fonte de mensagens vazadas

O fundador do site The Intercept
Brasil, Glen Greenwald, decidiu revelar um diálogo com a sua fonte no vazamento
das mensagens entre Sergio Moro, então juiz da Lava Jato, e outras autoridades.

Na conversa repassada pelo
jornalista e publicado pela Veja na manhã desta sexta-feira (26), a fonte nega
que seja o responsável pela invasão ao Telegram do ministro da Justiça e que
tenha trocado qualquer mensagem com procuradores.

O hacker confirmou que não pagou
pela informação e não pediu nenhum dinheiro ao fundador do The Intercept
Brasil. “A fonte me disse que não pagou por esses dados e não me pediu dinheiro
algum em troca desse conteúdo”, disse o americano.

“Viu isso?”, pergunta Glenn, ao
enviar uma matéria da Folha de S. Paulo sobre a denúncia feita por Moro, de que
seu aparelho celular havia sido invadido e que o hacker teria trocado
mensagens.

“Vi agora. Com isso a massa vai
ficar quente, é bom ter cautela. Posso garantir que não fomos nós”, responde a
fonte. “Nunca trocamos mensagens, só puxamos. Se fizéssemos isso ia ficar muito
na cara”, explica o hacker, que afirma ter extraído todo o conteúdo na série
chamada de “Vaza-Jato”, do Telegram do procurador Deltan Dallagnol.

O hacker reforça que não se
tratam de “newbies” (amadores) e reforça que a invasão não “condiz” com o seu “modo de operar”: ?Nós acessamos telegrama com a finalidade de extrair
conversas e fazer justiça, trazendo a verdade para o povo.”

O primeiro contato com a fonte,
segundo Glenn, ocorreu no início de maio, um mês antes da denúncia feita pelo
ex-juiz federal. O jornalista diz que foi apresentado ao hacker por meio de um
intermediário, mas que nunca o conheceu pessoalmente ? toda a relação foi
desenvolvida virtualmente.

Na última terça-feira (23), três
homens e uma mulher foram presos na Operação Spoofing, que investiga a invasão
a telefones de autoridades do governo, entre eles o do ministro Sergio Moro.
Com eles foram encontrados computadores com pastas contendo arquivos das
possíveis vítimas dinheiro e documentos que comprovariam a natureza criminosa
do grupo.

As investigações indicam que
Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e
Suelen Priscila de Oliveira teriam invadido – através de um golpe simples – o
celular de Moro e de pelo menos outras 1.000 pessoas, incluindo o presidente
Jair Bolsonaro, a deputada Joice Hasselmann, líder do governo no Congresso, e o
ministro da Economia, Paulo Guedes. (bahia.ba).

Foto: Arquivo Pessoal/Facebook