Morre aos 81 anos Alberto Goldman, ex-governador de São Paulo

O ex-governador de
São Paulo Alberto Goldman (PSDB) morreu neste domingo (1º), em São Paulo, aos
81 anos. Ele estava internado no hospital Sírio Libanês desde o dia 19 de
agosto, quando passou mal durante um procedimento para tratamento de um câncer.

Segundo informações
do portal UOL, Goldman fez uma cirurgia no mesmo dia, após uma tomografia
constatar o rompimento de uma artéria no cérebro.

Ainda não foram
divulgadas informações sobre velório e enterro do político. Presidente nacional
do PSDB, Bruno Araújo disse que a história de Goldman “impõe respeito e
admiração”. “Muito sentido com o falecimento do ex-governador”, escreveu
Araújo, relembrando a trajetória política do ex-governador.

Nascido em 12 de
outubro de 1937, o ex-governador iniciou sua carreira na política na década de
1950, quando foi um dos líderes do movimento estudantil do PCB que lutou contra
a ditadura militar. Goldman estudava na USP (Universidade de São Paulo), onde
se formou engenheiro civil. Foi deputado estadual por dois mandatos (1971-1978)
e deputado federal por seis vezes (1979-1986 e 1991-2006).

Em sua trajetória,
passou pelo MDB antes de se filiar ao PSDB, em 1997. Também foi ministro dos
Transportes no governo de Itamar Franco de outubro de 1992 a dezembro de 1993.

Em 2006, foi eleito
vice-governador de São Paulo na chapa do também tucano José Serra. Goldman
assumiu o cargo de governador entre abril e dezembro de 2010, quando Serra
disputou a Presidência da República.

Prestes a assumir o
governo do estado, Goldman disse contar nos dedos de uma mão os amigos que tinha
após 40 anos de vida pública. “A-mi-gos. Inimigos, tenho aos montes”, afirmou à
Folha de S. Paulo em 2010.

Entre novembro e
dezembro de 2017, foi presidente interino do PSDB após Aécio Neves ser afastado
da função por ter seu nome envolvido em delações da JBS.

Na mesma época,
Goldman passou a protagonizar embates públicos com o também tucano João Doria,
então prefeito de São Paulo, que tentava impulsionar uma possível
candidatura à Presidência da República nas eleições de 2018.

Doria, que se
apresentava como “gestor”, e não político, recebeu duras críticas de Goldman
por sua dedicação a viagens pelo país. Para o ex-governador, a atitude era um
sinal de “falta de comprometimento com a cidade”. Em resposta, o então prefeito
publicou um vídeo dizendo que Goldman era um “fracassado”por “viver de
pijamas” em casa.

Logo após o primeiro
turno das eleições, em outubro, Goldman chegou a ser expulso do PSDB paulistano
por infidelidade partidária. A expulsão foi comandada pelo vereador João Jorge,
aliado de Doria. A decisão, no entanto, não foi concretizada por ordem do PSDB
nacional.

Já em 2019, em
entrevista ao UOL, Goldman criticou uma atitude de Doria em homenagear
policiais militares que mataram 11 suspeitos de um assalto a banco. “Essa é a
política do Doria. É matar para dizer que ele é duro, que é forte, que é
macho”, disse o ex-governador, afirmando ainda que a característica é “clara de
um fascista”. (bahia.ba).

Foto: Ascom/ PSDB