O Brasil e o Chile decidiram nesta
quinta-feira (5) acelerar as providências para que o acordo de livre
comércio entre os dois países, assinado em novembro do ano passado, entre em
vigor. Esse foi um dos itens da reunião ocorrida no Palácio do Itamaraty, em
Brasília, entre os ministros das Relações Exteriores do Chile, Teodoro Ribera,
e do Brasil, Ernesto Araújo.
Para que o acordo entre em vigor é necessário que os parlamentos
chileno e brasileiro aprovem a medida. Depois da aprovado, o acordo precisa ser
ratificado pelos governos dos dois países. De acordo com os ministros, a
medida terá regras que facilitem a entrada de empresas brasileiras no
mercado chileno de compras públicas, estimadas em US$ 11 bilhões.
Ao final do encontro, os dois ministros fizeram um
comunicado em que enumeraram os pontos acertados. Além da aceleração do
acordo de livre comércio, o chanceler Ernesto Araújo disse que os dois países
devem intensificar a aproximação entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai
e Uruguai, pois Venezuela está suspensa temporariamente) e a Aliança do
Pacífico (Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Peru). Segundo ele, o que deve
facilitar essa aproximação é o fato de que o Brasil no momento ocupa a
presidência pro tempore (rotativa) do Mercosul, enquanto o Chile também exerce
função semelhante à frente da Aliança do Pacífico.
Os dois chanceleres afirmaram também que os governos do
Brasil e do Chile pretendem construir um corredor rodoviário para integrar a
região brasileira do Centro-Oeste e os portos marítimos no norte do Chile. Para
que esse projeto seja concluído é necessário construir uma ponte sobre o Rio
Paraguai, entre Porto Murtinho (Mato Grosso do Sul) e Carmelo Peralta, pelo
lado paraguaio, para alcançar em seguida o noroeste argentino.
Ernesto Araújo afirmou que as duas nações concordaram em
realizar uma cooperação científica na Antártida, onde os dois países mantêm
estruturas para pesquisa. A base brasileira foi seriamente danificada por um
incêndio ocorrido em 2012 e será reinaugurada em breve.
O chanceler brasileiro afirmou também que o desenvolvimento
conjunto entre o Brasil e o Chile da cybersegurança faz parte da declaração de
compromissos assinada hoje entre os dois países. Ele acrescentou que a
questão “extrapola os temas clássicos de segurança” entre as nações.
Chile ? O chanceler chileno também
expressou otimismo sobre o futuro das relações de seu país com o Brasil. Ele
disse que Chile e Brasil acertaram a construção de um porto digital para a
região, com o objetivo de integrar os sistemas não só entre os países que
integram o Cone Sul, como também a Ásia.
Ele disse que a situação da Venezuela foi também um dos
temas do encontro. “A situação na Venezuela afeta a toda a região e por isso
reafirmamos a importância do tema para dar uma resposta logo.”
O chanceler chileno também disse que o Brasil aceitou hoje
participar intensamente da COP 21, a conferência do clima que será realizada no
Chile em dezembro deste ano.
Amazônia – Em nome do presidente Jair
Bolsonaro, o chanceler brasileiro agradeceu a ajuda que o governo chileno vem
dando para o combate a incêndios na floresta amazônica. No momento,
4 aviões chilenos trabalham no combate às chamas. (Agencia Brasil).
Foto: Arthur Max/MRE