No lançamento de ontem foi reverenciada a memória, no
ano de seu centenário de nascimento, bem como a vida e a obra de Rômulo Barreto
de Almeida. Um pensador a frente de seu tempo e homem profundamente generoso,
como conta o livro escrito por Antônio Jorge Moura.
Formado em Ciências e Letras, foi também advogado,
professor e jornalista. Notabilizou-se como economista. O doutor Rômulo Almeida
destacou-se como planejador do desenvolvimento industrial do Brasil ? sob a
ótica nacionalista.
Depois de servir e criar a Assessoria Econômica da
Presidência da República no final do primeiro período da era Vargas, ocupou
cargos públicos relevantes desde os anos 50 do século passado, como a
presidência do Banco do Nordeste e a vice-Presidência da Rede Ferroviária
Federal, que ajudou a criar integrando ramais públicos e privados (sem
interligação) que existiam pelo país. Depois da redemocratização, no governo do
presidente José Sarney, foi diretor do BNDES.
Foi também um incentivador e formulador de opções para o
desenvolvimento da América Latina, mas o cerne do seu trabalho teve como
objetivo colocar o Brasil em outro patamar no concerto das nações. Visionário,
pensou o Brasil ao lado de uma geração de |notáveis| economistas ? pensamento
que gerou empresas como ? a Petrobras, a
Eletrobras e o Banco do Nordeste.
Na Bahia foi o mentor do Desenbanco e do Pólo
Petroquímico de Camaçari, corolário do seu trabalho de planejador e formulador
de uma ideologia nacionalista, desenvolvimentista. Mas Rômulo Almeida também
atuou como empresário, criador de empresas e
formulador de políticas para a indústria nacional, especialmente para o
seu financiamento.
Na política, foi opositor do regime militar de 64,
filiando-se ao PMDB, partido que presidiu entre 1980 e 1983. Cidadão generoso,
no campo partidário se candidatou duas vezes a vice-governador da Bahia, ao
Senado Federal, no pós-64. Nos anos 50 disputou uma cadeira de deputado
federal, mas ficou na primeira suplência. Foi criador do centro de estudos do
MDB (depois PMDB baiano), a Fundação João Mangabeira.? sendo criador de seu
centro de estudos.
TRAJETÓRIA
Colaborador próximo do economista Rômulo Almeida no MDB
e no PMDB, no Instituto João Mangabeira, Antônio Jorge Moura, é formado pela
Ufba em Comunicação Social, com extensão em Comunicação-Diálogo e Gestão
Criativa de Conflitos. Começou a trabalhar no jornalismo baiano em 1973,
atuando no Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia, Correio da Bahia, nas sucursais
do Globo e do Jornal do Brasil.
Trabalhou como assessor de comunicação social nas
secretarias Infraestrutura e de Educação do governo estadual, bem como na
Câmara Federal. Foi secretário-executivo da Fundação João Mangabeira, além de
assessor de imprensa de duas campanhas majoritárias nos anos 80 do século
passado, nas campanhas a governador do professor Roberto Santos e de Waldir
Pires, em 1982 e 1986. (Ascom)