Com data de
julgamento definida para o dia 27 de maio, o julgamento sobre a federalização das
investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco
(1979-2018) tem dividido opiniões entre os ministros do Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
Parte dos magistrados defende que o julgamento seja
suspenso, porque, dada a magnitude do caso, o debate deveria ocorrer de forma
presencia, não por teleconferência, como ocorreria se fosse realizado em meio
pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Eles indicam que os
recentes acontecimentos envolvendo a família do presidente Jair
Bolsonaro vão interferir no julgamento. Além de o ex-ministro Sergio Moro ter revelado interesses pessoais do presidente na troca do
comando da Polícia Federal, um delegado da instituição vazou informações para o filho dele em 2018.
As evidências de que Bolsonaro e sua família querem
controlar a PF do Rio colocariam em xeque a isenção do órgão para comandar a
investigação de caso tão sensível, caso ele seja federalizado.
Defesa ? Do
lado da defesa de Marielle também há dúvidas. Enquanto a Defensoria
Pública, que representa formalmente a mãe e a filha da vereadora
assassinada, acredita ser o momento certo para ocorrer o julgamento
e diz estar pronta para o tribunal, familiares e apoiadores são
contrários à federalização do caso.
O Instituto Marielle Franco e a Coalizão Negra por
Direitos enviaram ao STJ um pedido de suspensão do processo de federalização do
caso, pedindo adiamento até o fim das investigações sobre suposta interferência
política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. (bahia.ba).
Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio