Preocupado com críticas dos adversários durante a pré-campanha, o presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos, anunciou nesta segunda-feira (5) que o manifesto do partido deve passar por mudanças até o dia 10 de junho, por orientação sua. A informação surge após a divulgação de uma parte de uma conversa entre o socialista e um dos seus marqueteiros, que questiona, em e-mail flagrado pela Folha de S. Paulo, a possibilidade de alteração do documento. “Estamos preparando um programa de governo que tem claros compromissos com a ordem econômica que está aí, com a estabilização da economia. E, nesses encontros, nós temos interesse de fazer esse debate para mudar o nosso programa”, afirmou Campos, presidente nacional da legenda, durante visita a Belo Horizonte. Trechos do manifesto original, criado em 1947, defendem a “socialização dos meios de produção” e limites à propriedade privada, o que poderia prejudicar a imagem do pré-candidato diante do setor privado, segundo avaliação dos coordenadores da pré-campanha pessebista. “Estamos falando de um manifesto de 1947, um documento histórico do partido, em outras circunstâncias. Naquele ano, nosso partido já se colocava contra a polarização dos que viviam a chamada Guerra Fria”, completou o socialista. Segundo ele, o partido “já estava fazendo” a discussão de mudança e é “disso que trata o e-mail” enviado pelo auxiliar.