Senadores cobram mudança de rumos de novo ministro da Saúde

Em audiência nesta segunda-feira (29), a comissão temporária
do Senado que acompanha o combate à covid-19 cobrou do ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, uma nova gestão para deter a pandemia. Em resposta, Queiroga
defendeu medidas que o governo federal vinha rejeitando, como autonomia para
estados e municípios na decisão sobre medidas restritivas de circulação de
pessoas.

O cardiologista Marcelo Queiroga assumiu a pasta na semana
passada, em substituição ao general do Exército Eduardo Pazuello. Na sua
primeira audiência pública oficial no Senado, ele anunciou comprometimento com
o adiantamento de vacinas e com políticas de prevenção do vírus: uso de
máscaras e distanciamento social. Queiroga também afirmou que o ministério
precisa melhorar a articulação nacional.

– O Programa Nacional de Imunização brasileiro é uma
referência mundial. O teto da nossa capacidade vacinal é de 2,4 milhões de
brasileiros por dia. É preciso existir uma articulação entre as três esferas – União, estados e municípios – para fazer o que nós mais sabemos: vacinar a
população. Não é uma questão logística, é uma questão de disponibilidade de
vacinas para esses primeiros meses – disse o ministro.

O relator da comissão, senador Wellington Fagundes (PL-MT),
perguntou a Queiroga como ele avalia a atuação do Ministério da Saúde no
combate à pandemia até aqui, quais mudanças ele pretende promover e se ele terá
autonomia para gerir a pasta. O senador lembrou que o Brasil é hoje o epicentro
da covid-19 no mundo, respondendo por cerca de 25% das mortes diárias em razão
da doença, e pediu um “posicionamento claro” da nova gestão do ministério.

Máscaras e aglomerações

Queiroga respondeu que recebeu autonomia do presidente da
República, Jair Bolsonaro, para montar uma equipe técnica, e anunciou a criação
de uma secretaria extraordinária para concentrar todos os esforços da pasta no
enfrentamento à pandemia. Outra mudança de gestão, segundo ele, será a melhora
do diálogo com a sociedade. O ministro disse que o uso de máscaras é uma “obrigação de todos os brasileiros” e recomendou que a população evite “aglomerações fúteis”. A pasta deverá se engajar em campanhas de comunicação
sobre esses temas.

O ministro disse ainda que os hospitais do país estão
sobrecarregados pelo excesso de internações, que expôs falta de leitos e de
profissionais intensivistas qualificados. Para aliviar a situação, Queiroga
defendeu mais medidas de isolamento nos locais que registrem piores índices de
contaminação.

– Do ponto de vista prático, para conseguirmos reduzir essa
calamidade, temos que investir nas medidas de redução da circulação do vírus:
distanciamento social e, a critério de cada estado ou município, de acordo com
a situação sanitária, aplicar medidas restritivas mais fortes -image declarou. (Agência
Senado)

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