Anvisa recebe pedido de uso emergencial de medicamento contra covid-19

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu
nesta 3ª feira (30.mar.2021) um pedido de uso emergencial para um medicamento
contra a covid-19 desenvolvido pela empresa farmacêutica norte-americana Eli
Lilly. Se aprovado, será o 1º do tipo no país e o 2º para tratamento contra o
coronavírus ?o antiviral remdesivir já tem autorização para uso no Brasil.

O prazo para análise do medicamento com anticorpos é de 30
dias. A Anvisa, no entanto, afirma que se precisar pedir mais informações ou
documentos, a análise pode levar mais tempo. “A análise não considera o tempo
do processo em status de exigência técnica, que é quando o laboratório precisa
responder questões técnicas feitas pela Agência dentro do processo”, diz em
nota.

O medicamento já tem permissão de uso emergencial nos Estados
Unidos. Em 9 de fevereiro, a FDA (Food and Drug Administration, autoridade
sanitária dos EUA) autorizou o uso emergencial no país norte-americano para
pessoas com casos leves e moderados da doença.

Segundo a Anvisa, a análise brasileira vai levar em conta o
relatório técnico da FDA sobre o uso em pacientes norte-americanos. A agência
também se reuniu com a farmacêutica para coletar informações e dados sobre o
medicamento.

O MEDICAMENTO

O medicamento é feito com a combinação de 2 anticorpos
sintéticos, o banlanivimabe e etesevimabe, para criação de uma versão de
anticorpo duplo que, segundo estudos, tem maior capacidade de proteção. Os
anticorpos utilizados são monoclonais, ou seja, são projetados em laboratórios.
Eles são fabricados para que apresentem uma capacidade específica, a
neutralização do coronavírus.

A combinação de 2 anticorpos também é, supostamente, uma
forma de enfrentar as variantes do coronavírus. A ideia é que a capacidade de
proteção seja aumentada, o que faz com que o combate a cepas mais resistentes
do vírus seja mais fácil para o corpo humano.

O medicamento da Eli Lilly ainda é experimental e os estudos
de fase 3, que garantem a eficácia e segurança, ainda não terminaram. Mas, os
resultados preliminares indicam que o medicamento consegue reduzir as
hospitalizações e mortes por covid-19 em até 70%.

Nos EUA, o tratamento não pode ser utilizado em pacientes
internados nem em quem precisa fazer uso de oxigênio. A recomendação é para que
o medicamento seja administrado a pacientes que apresentam um quadro clínico ou
doenças prévias que indicam uma possível piora.

TRATAMENTOS COM ANTICORPOS

Medicamentos que manipulam e fazem uso da ação natural de
anticorpos são comuns em tratamentos de doenças como o câncer. Para o
enfrentamento à covid-19, diversos estudos com esse tipo de tecnologia estão
sendo realizados no exterior.

Nos Estados Unidos, desde novembro do ano passado, a FDA
autorizou 2 tratamentos diferentes, um da empresa Regeneron ?o mesmo utilizado
pelo então presidente Donald Trump quando ele teve a doença? e outro, da Eli
Lilly. (Poder 360)

Foto: Divulgação/Anvisa

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