Por receio de uma cada vez mais próxima terceira onda de Covid-19, a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) apresentou a proposta de um “rodízio de lockdown” caso haja novas restrições de atividades. O presidente da entidade, Glauco Humei, afirmou à Veja que a preoucpação existe, pois mesmo países com vacinação avançada o risco de novas restrições de atividades é palpável.
“Assim que os casos aumentam, os shoppings são os primeiros a serem proibidos de funcionar enquanto outros setores permanecem abertos”, reclama Humei. A proposta do executivo é de que haja uma alternância entre os complexos comerciais com construção civil, call centers, templos religiosos, dentre outros segmentos. Dos 601 shoppings brasileiros, 600 já reabriram após a segunda onda. O único sem operar fica em Barbacena-MG, por conta de um decreto municipal.
Na Bahia, a apreensão em torno da terceira onda é a mesma, de acordo com o coordenador regional da Abrasce, Édson Piaggio. “Não só os shoppings (que estão preocupados). A Abrasce publicou uma nota junto com outras 35 entidades”, destacou. O movimento é mais forte no comércio. Em Salvador, cada mês fechado representa uma perda de venda média de 400 milhões mensais. Piaggio relata que o segmento não espera voltar ainda este ano ao fluxo de vendas de 2019, último ano antes da pandemia.
No documento citado por Piaggio, as entidades empresariais alegam que o tempo fechado nas duas primeiras ondas acarretou o encerramento de 25% dos estabelecimentos comerciais e 5 milhões de trabalhadores brasileiros dependem do comércio funcionando – 3 milhões nos shoppings. “O comércio formal, responsável por 70% dos empregos no país, já contribuiu em demasia nesta pandemia. O comércio está exaurido. Não aceitamos limitações e restrições”, escreveram as 36 entidades, na nota conjunta. (bahia.ba).
Foto: Romulo Faro/bahia.ba