Foster admite que novas denúncias podem somar perdas

A presidente
da Petrobras, Graça Foster, afirmou na tarde desta quinta-feira, 29, em
teleconferência com analistas e investidores, que as perdas com corrupção,
estimadas pela empresa em R$ 4 bilhões, podem ser maiores, caso novas denúncias
de desvios de recursos apareçam.

O cálculo do
rombo da corrupção no patrimônio da companhia considerou os projetos firmados
com empresas investigadas pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato. Do total
orçado dos projetos, foram descontados 3 , que seria o pagamento de propina,
segundo denúncia feita pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa à Polícia Federal.

De acordo
com Graça, a companhia poderá reavaliar os dados apresentados em seu balanço
quanto aos valores imobilizados e contratos relacionados às empresas sob
investigação da Polícia Federal. Segundo a executiva, a companhia poderá
ampliar o escopo dos contratos sob análise, os períodos e também o valor dos
ajustes estimados inicialmente no balanço.

|Novas
informações oriundas das investigações em curso podem causar novos ajustes,
ampliação do escopo dos contratos e empresas e também do período analisados|,
disse. |É importante frisar que o período analisado não foi escolhido pela
companhia, mas extraído dos depoimentos recebidos como [prova emprestada] pela
Petrobras|, acrescentou.

Preço justo

Graça Foster
disse, ainda, que recomendou ao conselho de administração que não fosse utilizada
a metodologia de valor justo para calcular o efeito da corrupção em seu
patrimônio. Isso porque considera essa metodologia ? em que o valor contábil é
corrigido pelo valor de mercado ? falha, por utilizar inúmeras variáveis.

Entre as
variáveis utilizadas que podem comprometer o resultado da análise dos ativos,
Graça cita mudanças de preços e margens de insumos, dos equipamentos, salários,
deficiência no planejamento de projetos, contratações de bens e serviços antes
da conclusão dos projetos básicos das obras ? além da |cartelização de fornecedores,
corrupção e sobrepreços|.

|Recomendamos
ao conselho de administração que não utilizaríamos essa metodologia, por ser
uma composição de muitas variáveis|, afirmou a presidente da Petrobras. Em
seguida, ela acrescentou que, agora, |o trabalho é fazer uma limpeza dedicada em
tudo o que tivermos que fazer|. E que a intenção é |ter uma avaliação correta
para o patrimônio líquido e o ativo imobilizado|. Graça disse também que o
esquema de corrupção na empresa não afetou a posição de caixa da
petroleira.(AE)

Foto:
Antônio Augusto/Câmara

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