Um relatório epidemiológico da Organização Mundial da Saúde
(OMS) indica que o número de casos detetados é cerca de quatro vezes mais do
que na semana anterior. Segundo a análise da rede mundial de laboratórios
GISAID, que colabora com a OMS, a percentagem da variante Ómicron subiu, em
sete dias, de 0,1% para 1,6%.
Ao analisar-se estes números, deve ter-se em conta que
resultam da soma de análises dos últimos 60 dias e que, portanto, a percentagem
real de caso de Ómicron pode ser maior, como nota a agência espanhola Efe.
Simultaneamente, tem havido um esforço dos laboratórios para
detetar a nova variante e sequenciar os casos suspeitos. Porém, apenas uma
pequena parte dos casos de Covid-19, 1 em cada 40, segundo a OMS, é analisada
em laboratório.
Ómicron domina Delta
Ainda que a grande maioria das novas infeções (96%) continue
a ser da variante Delta, dominante em 2021, a Ómicron apresenta um risco
associado “muito elevado”, assinala a OMS. A organização recorda que,
enquanto em novembro, a maioria dos casos de Ómicron estava relacionada com
viagens, já vários países reportaram focos de transmissão comunitária.
Até esta terça-feira (22.12), todas as seis regiões
utilizadas pela OMS aumentaram o número de novos casos da nova variante,
contabilizando-se agora 106 países que já a identificaram.
A atual situação “é caraterizada pela predominância da
variante Delta, o declínio das variantes Alfa, Beta e Gama, que têm circulado
em prevalências muito baixas há várias semanas, e a emergência da variante
Ómicron”, constata a OMS, no habitual relatório epidemiológico semanal
atualizado.
Nova variante deixa dúvidas
Ainda não se tem a certeza se esta taxa de crescimento pode
ser atribuída à perda de imunidade, à crescente transmissibilidade intrínseca
ou a uma combinação de ambas.
Também os dados sobre a gravidade clínica da Ómicron
“continuam a ser limitados”, reconhece a OMS, insistindo que não é
possível afirmar se a Ómicron produz infeções mais ou menos graves de covid-19.
Ainda assim, é possível constatar que se verificou um
aumento de hospitalizações em países onde a prevalência da variante é alta,
como a África do Sul ou do Reino Unido. Isto dá à variante a capacidade de
exercer uma pressão preocupante sobre os sistemas de saúde.
A Ómicron está a espalhar-se rapidamente, mesmo nos países
com elevados índices de imunização. (Agencia Lusa).
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